Agro

Nordeste tem previsão de crescimento na produção de cana

Safra 21/22 deve ser finalizada com uma moagem superior a 18 milhões de toneladas de cana processadas

Por Gazeta de Alagoas 05/04/2022 08h08
Nordeste tem previsão de crescimento na produção de cana
Safra 21/22 ultrapassou a quantidade de cana moída no ciclo 20/21 - Foto: Reprodução

A recuperação do setor sucroenergético alagoano diante do esforço empresarial das usinas e dos fornecedores de cana se consolida a cada safra com o aumento na quantidade de cana processada no Estado. Com o objetivo de retomar a posição histórica após a crise, a safra 21/22 deve ser finalizada com uma moagem superior a 18 milhões de toneladas de cana processadas.

Diante deste cenário, o consultor da Datagro, Plínio Nastari, que participou, em Maceió, do seminário do Sindaçúcar-AL que discutiu o futuro do etanol, destacou que na região Norte/Nordeste, por conta das chuvas que têm ocorrido de forma adequada, especialmente agora no fim da safra 21/22, “existe a perspectiva da continuidade dos volumes processados de cana observados nos últimos dois anos, na ordem de 53 milhões de toneladas”, afirmou.

De acordo com Nastari, nos estados nordestinos, está havendo um programa de plantio intenso dos canaviais. “Temos observado esse movimento em Alagoas. Com isso, existe a possibilidade de, na safra 22/23, na região Norte/Nordeste, assim como no Centro/Sul, haver um ligeiro crescimento”, destacou.

Nastari esclareceu ainda que as expectativas de crescimento são reforçadas para a safra 23/24 com um avanço mais consistente no Nordeste com a ampliação da irrigação. “Mas as preocupações estão ligadas à disponibilidade e ao custo dos fertilizantes e preços dos combustíveis nos dois próximos ciclos, 22/23 e 23/24. Com isso, o preço precisa estar remunerando essa elevação de custos para que esses investimentos possam frutificar”, salientou.

Segundo o especialista, o mundo vive um momento de tensão e tragédia humanitária com a invasão da Ucrânia. “Mas é justamente a instabilidade causada por essa situação que faz com que o preço de várias commodities, a exemplo de energia e metais, estejam observando níveis muito elevados. Não conseguimos enxergar ainda um cenário para mercados agrícolas como soja, milho, trigo e açúcar onde esses preços possam cair. Estamos vivendo uma situação de segurança energética e alimentar prejudicada e, nesse cenário, os preços devem continuar elevados”, frisou.

Venda direta


Quanto à modalidade de comércio da venda direta de etanol das usinas para os postos de combustíveis, Nastari afirmou que o mecanismo pode funcionar como um meio para acelerar a transmissão das variações de preços do produtor para o consumidor. “Temos observado, infelizmente, que essa transmissão, quando o preço cai, às vezes, leva três a quatro meses para chegar ao consumidor. Mas, quando o preço sobe, essa transmissão ocorre em uma ou duas semanas. Com isso, a venda direta seria uma forma de fazer com que transmissão – a benefício do consumidor – se dê de forma mais rápida e fazendo com que ocorra mais eficiência no sistema”, alertou.

Nastari faz alerta para o aumento dos custos de produção - Foto: Divulgação