Política
Governo destina R$ 108 milhões para ampliar rede de cursinhos populares
Novo edital da CPOP deve contemplar até 500 projetos em 2026, fortalecendo o acesso de estudantes da rede pública ao ensino superior

governo federal anunciou neste sábado (18) um investimento de R$ 108 milhões para expandir a Rede Nacional de Cursinhos Populares (CPOP). O novo edital será lançado em dezembro e deve contemplar até 500 projetos em 2026. O anúncio foi feito em São Bernardo do Campo (SP) e contou com a presença do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Criada pelo Decreto 12.410/2025, a CPOP é um programa de apoio técnico e financeiro destinado à preparação de estudantes da rede pública em situação de vulnerabilidade social que buscam ingressar no ensino superior, principalmente por meio do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem).
Na primeira edição, o programa selecionou 384 cursinhos populares em todas as regiões do país, beneficiando mais de 12,1 mil estudantes e investindo R$ 74 milhões. Cada cursinho recebeu até R$ 163,2 mil para custear professores, coordenadores e equipes técnicas, além de oferecer auxílio-permanência de R$ 200 mensais a até 40 alunos por unidade.
O ministro da Educação, Camilo Santana, afirmou que a expectativa é alcançar 700 cursinhos até o fim da atual gestão. Ele ressaltou que essas iniciativas já existiam antes do apoio governamental, mas agora ganham fôlego com o suporte público. “O plano é transformar essa rede em uma política permanente”, declarou.
Santana também destacou o legado das gestões de Lula na educação, citando programas como o Prouni, o Sisu, o Enem e o Fies, além das ações de alfabetização, ensino integral e o programa Pé-de-Meia, que, segundo ele, reduziu pela metade a evasão escolar. “Todas essas iniciativas ajudaram a fazer com que a universidade tivesse a cara do Brasil”, afirmou.
Ele reforçou ainda a importância da valorização dos profissionais da educação: “Professor tem que ser a profissão mais valorizada, porque todo mundo passa pelo professor. O médico passa por ele, o engenheiro.” O ministro também destacou o compromisso do governo com equidade e inclusão, exemplificado pela criação da Universidade Federal Indígena (Unind), sediada em Brasília.
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, também participou do evento e lembrou que, antes das políticas de inclusão, alunos de escolas privadas dominavam as universidades públicas, enquanto os de escolas públicas tinham dificuldade até de permanecer nas instituições privadas.
Segundo ele, o Prouni foi criado justamente para incluir grupos historicamente excluídos, como a população negra. Haddad afirmou que, durante sua gestão no Ministério da Educação, percebeu que era necessário “mexer no bolso da parcela mais rica” para garantir uma educação mais justa.
O ministro recordou ainda o impacto das cotas nas universidades públicas. “Reservar metade das vagas para alunos de escolas públicas foi uma reforma agrária no ensino superior. Não era tirar de ninguém, era distribuir com justiça”, disse.
Ele concluiu destacando a transformação nas universidades: “Hoje você entra em uma instituição pública e vê que ela mudou de cor. Está mais autêntica, mais representativa, mais brasileira — e também mais inteligente. A qualidade não caiu, ao contrário do que diziam, melhorou com a presença da classe trabalhadora na universidade.”
*Com informações da Agência Brasil
