Nacional

Veja lista de motéis em SP usada pelo PCC para lavar dinheiro

Investigação faz parte da Operação Spare, deflagada nesta quinta (25) e que mira o esquema ilegal da facção nos setores de combustíveis e de jogos de azar

Por G1 25/09/2025 17h05
Veja lista de motéis em SP usada pelo PCC para lavar dinheiro
Motéis movimentaram mais de R$ 450 milhões entre 2020 e 2024 - Foto: Reprodução

Uma rede com cerca de 60 motéis e empresas hoteleiras era usada pelo Primeiro Comando da Capital (PCC) em nomes de laranjas para lavar dinheiro do crime organizado, revelou uma investigação da Receita Federal e do Ministério Público de São Paulo (MP-SP) nesta quinta-feira (25).

Os motéis movimentaram mais de R$ 450 milhões entre 2020 e 2024. Alguns estabelecimentos já foram identificados e estão localizados em Ribeirão Pires, Itaquaquecetuba, Santo André, São Bernardo do Campo, na Grande São Paulo, e em bairros da Zona Leste de São Paulo.

Confira a lista de estabelecimentos que já foram identificados:

Maramores Empreendimentos Hoteleiros
Motel Uma Noite em Paris
Motel Chamour
Motel Casual
Sunny Empreendimentos Hoteleiros
Mille Motel
Marine Empreendimentos Hoteleiros
Ceesar Park Empreedimentos Hoteleiros
Motel Vison
As investigações fazem parte da Operação Spare, realizada nesta quinta-feira (25) e que mira o esquema ilegal da facção nos setores de combustíveis e de jogos de azar.

Segundo a Receita Federal, esses estabelecimentos contribuíram para o aumento patrimonial dos sócios parceiros do crime organizado, com a distribuição de R$ 45 milhões em lucros e dividendos.

Um dos motéis chegou a distribuir 64% da receita bruta declarada. Restaurantes localizados nos motéis, com CNPJs próprios, também integravam o esquema - um deles distribuiu R$ 1,7 milhão em lucros após registrar receita de R$ 6,8 milhões entre 2022 e 2023.

A descoberta da operação envolvendo os motéis se deu porque a conta de iCloud de um operador do grupo criminoso continha comprovantes digitais que demonstravam as transferências dos motéis para uma fintech — usada como instituição de pagamento central na operação de lavagem de dinheiro.

As operações imobiliárias realizadas pelos CNPJs de motéis vinculados a integrantes da organização criminosa também chamaram a atenção dos investigadores.

Um dos CNPJs adquiriu um imóvel de R$ 1,8 milhão em 2021; outro comprou um imóvel de R$ 5 milhões em 2023.

Além de motéis, o grupo operava com lojas de franquias e até empreendimentos na construção civil.