Cooperativismo
Juros elevados e inflação: cooperativas de crédito surgem como alternativa para economia
Enquanto governo aposta em consumo, taxa Selic nas alturas encarece empréstimos e coloca cooperativas de crédito como alternativa estratégica para pequenos negócios
O cenário econômico para 2026 projeta um ano de "cabo de guerra" entre o estímulo ao consumo e o controle da inflação. De um lado, políticas do governo buscam aquecer a atividade econômica; de outro, o Banco Central mantém o pé no freio com juros elevados.
Um dos grandes motores de incerteza para o próximo ano é a nova faixa de isenção do Imposto de Renda. A medida deve injetar R$ 28 bilhões na economia a partir de janeiro, mas o impacto real no consumo e na inflação ainda é uma incógnita para o Banco Central.
Com a pressão da demanda e o risco fiscal no radar, as projeções indicam que a taxa Selic deve encerrar 2026 em 12,5%. Esse patamar elevado é visto como necessário para conter a inflação, mas traz como efeito colateral um crédito mais caro para o cidadão e para as empresas.
O debate macroeconômico aponta um desalinhamento entre política fiscal, com o governo federal focando em incentivos ao consumo e transferências de renda e a política monetária, com a autoridade monetária atuando de forma contracionista, subindo juros para mitigar o chamado "Risco Brasil".
Esse descompasso aumenta a sensibilidade do mercado a instabilidades políticas e pode frear o ritmo de crescimento do país.
O papel estratégico das cooperativas de crédito
Nesse ambiente de crédito restrito, as cooperativas de crédito surgem como uma alternativa vital para a economia local. Com maior proximidade do cliente, essas instituições devem focar em:
Sustentação do crédito: apoio a pequenos negócios e produtores rurais que sofrem com os juros altos.
Educação financeira: auxílio aos associados no planejamento de longo prazo em tempos de inflação persistente.
Eficiência operacional: reforço na gestão de riscos para equilibrar o custo de captação elevado pela Selic.
A inflação continuará sendo o termômetro do ano, afetando não apenas o poder de compra, mas também a confiança dos investidores e o ambiente político. O desempenho de 2026 será decisivo para os indicadores sociais e a estabilidade institucional do Brasil.

