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Braskem: bancos e Novonor se aproximam de acordo para transferência de controle

Após cinco anos de tentativas frustradas de venda, os credores decidiram assumir o processo e já haviam indicado que, sem solução amigável, poderiam executar as garantias

Por Redação* 14/11/2025 11h11
Braskem: bancos e Novonor se aproximam de acordo para transferência de controle
Braskem - Foto: Edilson Omena

A Novonor (antiga Odebrecht) e os bancos credores da Braskem avançaram nas negociações para um acordo que deve transferir o controle da petroquímica para a gestora IG4 Capital. Segundo a Coluna do Broadcast, do Estadão, o documento final deve ser oficializado até a próxima semana.

Bradesco, Itaú, Santander, Banco do Brasil e BNDES contrataram a IG4 para administrar as ações de controle da Braskem, que passarão a compor um fundo específico. A Petrobras continuará participando da gestão da companhia.

Pelo que já foi acordado, a Novonor permanecerá com cerca de 4% do capital total da Braskem após a conclusão da operação. Faltam apenas ajustes técnicos sobre a estrutura jurídica de transferência das ações, mas os principais pontos já foram definidos.

As ações da petroquímica servem como garantia de dívidas que somam R$ 19 bilhões, acumuladas antes da recuperação judicial da Novonor, em 2020. Após cinco anos de tentativas frustradas de venda, os credores decidiram assumir o processo e já haviam indicado que, sem solução amigável, poderiam executar as garantias.

A indefinição prolongada impactou negativamente a Braskem, que reduziu investimentos, viu a alavancagem financeira crescer e enfrentou um ciclo global desfavorável para o setor petroquímico. A empresa segue lidando também com as incertezas relacionadas ao afundamento do solo em Maceió, decorrente da extração de sal-gema. Um acordo firmado nesta semana com o Estado de Alagoas, com prazo de pagamento ampliado, reduziu parte dos riscos e ajudou a destravar as negociações.

Em setembro, a Braskem contratou o banco Lazard como assessor financeiro e os escritórios E. Munhoz e Cleary Gottlieb como consultores jurídicos, que continuarão trabalhando ao lado da IG4 na reestruturação. A dívida líquida ajustada da companhia alcançou US$ 6,8 bilhões no segundo trimestre de 2025, com alavancagem equivalente a 10,59 vezes o Ebitda recorrente.

A empresa também utilizou recentemente uma linha de crédito rotativo internacional de US$ 1 bilhão, com vencimento em um ano. Procurados, os bancos credores e a Novonor não comentaram o andamento das tratativas.

*Com informações do Jornal Extra