Economia

Isenção do IR beneficia 59,6% dos professores da educação básica em Alagoas

Lei amplia a faixa de isenção total para quem ganha até R$ 5 mil por mês

Por Redaçao com Gov 17/12/2025 17h05
Isenção do IR beneficia 59,6% dos professores da educação básica em Alagoas
Com as novas regras, 59,6% dos professores no estado não pagarão Imposto de Renda - Foto: Sumaia Vilela/Agência Brasil

Alagoas é um dos estados com professores da educação básica beneficiados pela isenção do Imposto de Renda. Antes da ampliação da faixa de isenção, 26% dos docentes da educação básica no estado estavam isentos. Com as novas regras, 59,6% dos professores naõ pagarão o tributo. As informações são do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), divulgadas nesta quarta-feira (17) pelo governo federal.

A lei sancionada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que começa a vigorar em 2026, amplia a faixa de isenção total para quem ganha até R$ 5 mil por mês, além de estabelecer descontos para rendas de até R$ 7.350 mensais.

Ainda segundo o levantamento, os outros 18,9% dos professores serão contemplados com a redução das alíquotas de pagamento, na faixa de até R$ 7.350.

O estudo indica ainda que o percentual de professores da educação básica alagoana que terão tributação com a alíquota máxima de 27,5% ao mês vai cair de 43,6% para 21,5% do total de professores no estado.

Em todo o país, 620 mil professores da educação básica vão deixar de pagar o Imposto de Renda. Com isso, mais da metade de todos os profissionais da categoria passam a ser completamente isentos. O estudo do Ipea indica que a reforma mais do que dobra a proporção de isentos: antes, 19,7% dos docentes não pagavam Imposto de Renda. Após a mudança, o percentual chega a 51,6%.

Há diferenças significativas na incidência da nova tabela entre docentes das redes pública e privada. Embora o setor público concentre a maior parte dos vínculos, é na rede privada que a ampliação da faixa de isenção tem efeito mais intenso: após a reforma, 82,2% dos professores de escolas particulares estarão isentos, percentual muito superior ao observado na rede pública (42,5%).

Como o estudo foi feito

Ao utilizar a Rais, os pesquisadores mapearam o magistério da educação básica a partir das informações sobre o posto de trabalho ocupado. A Relação Anual de Informações Sociais reúne dados sobre vínculos empregatícios. No entanto, não é um cadastro específico de docentes. Então, a identificação de professoras e professores depende dos campos de ocupação e do setor de atividades do empregador, permitindo uma inferência aproximada sobre quem integra o magistério entre trabalhadores formais.

Para calcular o salário anual, somaram-se os salários brutos de cada mês trabalhado em 2022, corrigidos pela inflação. A atualização monetária usou o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) acumulado até outubro de 2025. O décimo terceiro salário foi excluído, por não influenciar o cálculo das alíquotas mensais de tributação. A pesquisa também desconsidera deduções legais, como contribuições previdenciárias, dependentes ou despesas com saúde e educação.

Faixas de rendimento

Os docentes foram organizados em três faixas de rendimento anual. A Faixa 1 reúne os isentos do imposto de renda, cujo limite sobe de R$ 28.467,20 para R$ 60.000 após a reforma. A Faixa 2 abrange quem terá redução de alíquota: antes, incluía rendimentos entre R$ 28.467,21 e R$ 55.976,16; agora, cobre a faixa de R$ 60.000,01 a R$ 88.200, sujeita a uma alíquota progressiva ainda a ser regulamentada. A Faixa 3 inclui quem recebe acima de R$ 55.976,16 (pré-reforma) ou R$ 88.200,00 (pós-reforma), grupo sobre o qual permanece a alíquota máxima de 27,5%.