Economia
Inflação desacelera e desemprego segue em baixa, diz secretário do Tesouro Nacional
Rogério Ceron aponta combinação rara como sinal positivo para o país
O secretário do Tesouro Nacional, Rogério Ceron, afirmou que o Brasil vive uma conjuntura econômica incomum e promissora: a desaceleração da inflação ocorre ao mesmo tempo em que o desemprego se mantém em níveis historicamente baixos. A avaliação foi feita durante participação no programa Mercado Aberto, do Canal UOL, nesta quarta-feira (17).
Segundo Ceron, essa combinação é rara e indica que a política monetária está funcionando de forma eficaz, promovendo uma desaceleração suave da atividade econômica.
“É um processo muito interessante. A inflação está convergindo e, ao mesmo tempo, o mercado de trabalho permanece aquecido. Isso mostra que os instrumentos econômicos estão sendo bem calibrados”, afirmou.
O secretário destacou que esse cenário é resultado de uma atuação coordenada entre o Banco Central e o Ministério da Fazenda, com foco na estabilidade macroeconômica. Ele também ressaltou que o equilíbrio fiscal continua sendo um dos pilares para sustentar esse desempenho, especialmente diante dos desafios externos e das pressões sobre as contas públicas.
A taxa de desemprego no Brasil caiu para 5,6% no trimestre encerrado em julho, o menor nível da série histórica do IBGE. Já a inflação, embora ainda acima da meta central de 3%, tem mostrado sinais de desaceleração, com projeções de 4,83% para 2025 e tendência de queda nos anos seguintes.
Ceron também comentou sobre o papel da taxa Selic, atualmente em 15% ao ano, como instrumento de controle da inflação. Ele reconheceu que os juros elevados têm efeitos sobre o crédito e o consumo, mas reforçou que o objetivo é garantir uma convergência sustentável dos preços sem provocar uma recessão abrupta.
“O Brasil tem uma oportunidade única de consolidar um ciclo de crescimento com responsabilidade fiscal e estabilidade monetária. Precisamos aproveitar esse momento para avançar em reformas estruturais e melhorar a qualidade do gasto público”, concluiu.
A fala do secretário ocorre no mesmo dia em que o Comitê de Política Monetária (Copom) se reúne para definir a taxa básica de juros. A expectativa do mercado é de manutenção da Selic, com possíveis cortes apenas a partir de 2026, dependendo do comportamento da inflação e da atividade econômica.


