A Cooperativa Mista de Produção e Comercialização Camponesa (Coopcam), de Palmeira dos Índios, apresentou nesta quarta-feira (26), no Armazém Alagoas Mais Cooperativa, em Maceió, o mais novo produto desenvolvido pela cooperativa: a barrinha de cereal de jabuticaba, criada em parceria com a Embrapa Alimentos e Territórios de Maceió/AL. 

A degustação aberta ao público marcou a primeira análise sensorial do produto, formulado a partir do aproveitamento de subprodutos da fruta, especialmente do processamento das cascas e resíduos gerados na produção do vinho de jabuticaba.

Os consumidores participaram da análise sensorial avaliando aparência, sabor, textura e impressão geral do produto. Os testes, já iniciados em Arapiraca e em Palmeira dos Índios, apresentaram em Maceió uma aceitação “bem positiva”, de acordo com a equipe da Embrapa. “A barrinha tem forte identidade visual e proporciona uma experiência sensorial muito boa. A cor arroxeada é muito atrativa, típica da jabuticaba. O sabor doce, com leve acidez, também aparece claramente na barrinha”, avaliou a médica-veterinária Vanda Matteo, uma das participantes do teste.

A construção da receita e do processamento do produto aconteceu em parceria com a Embrapa Agroindústria de Alimentos, do Rio de Janeiro. A desenvolvedora da formulação, Daniela Freitas, acompanhou a análise sensorial realizada na capital alagoana.

“A partir dos resíduos da jabuticaba, já usados para geleia e vinho, fizemos testes sensoriais internos e fomos ajustando a formulação básica composta por cereais. Primeiro transformamos a casca em um resíduo seco; depois, desidratamos e moemos até virar farinha. Essa farinha foi incorporada à calda que dá liga à barrinha, junto com a polpa. Depois seguimos o processo convencional, que é de mistura, forneamento e embalagem”, explicou.

Segundo Priscila Benceleno, pesquisadora da Embrapa Alimentos e Territórios de Maceió, a barrinha aproveita a casca gerada da extração da polpa e da fermentação da bebida, buscando um sabor menos adocicado e mais frutado, alinhado às tendências de redução de açúcar. 

“A próxima etapa será compilar os dados e calcular as notas médias para verificar a tendência de aceitação na região. Com isso, passaremos o feedback à cooperativa e ficaremos à disposição para tirar dúvidas e apoiar ajustes no processo, caso a Coopcam decida avançar para a produção. A planta industrial pode ser adaptada às necessidades da cooperativa. Agora queremos saber a aceitação do público e ouvir opiniões para que a cooperativa avalie se vale a pena investir na produção”, afirmou.

A parceria com a Embrapa inclui também qualificação técnica para a produção da barrinha de cereal de jabuticaba e orientação para a adaptação do layout da unidade agroindustrial da Coopcam. A cooperativa integra o quadro da União das Cooperativas da Agricultura Familiar e da Economia Solidária de Alagoas (Unicafes-AL) e se tornou referência na produção de derivados da jabuticaba, fortalecendo toda a cadeia produtiva.