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Presidente do Sindaçúcar-AL aposta na chegada das chuvas para a retomada do setor

Por Assessoria 19/04/2017 14h02
Presidente do Sindaçúcar-AL aposta na chegada das chuvas para a retomada do setor

Com apenas 16 milhões de toneladas de cana processadas, a safra de cana em Alagoas foi encerrada com uma produção menor que a esperada. Segundo informações do setor sucroenergético, a falta de chuvas na região canavieira foi um dos principais responsáveis pela frustração da safra no ciclo 16/17.

A moagem foi iniciada com uma previsão inicial de crescimento de 10% em comparação a safra anterior, quando foram processadas 16,3 milhões de toneladas de cana.

“A moagem foi menor que a esperada. Mas, diante de um quadro de ausência absoluta do índice de pluviosidade, acabou sendo maior que a prevista. A gente pensava que poderia ser muito pior”, afirmou o presidente do Sindaçúcar-AL, Pedro Robério Nogueira.

De acordo com ele, a safra contou com uma produção maior de açúcar e uma redução na produção de etanol. “Quando se tem um volume menor de cana, a produção é direcionada para o mercado que está economicamente mais atrativo”, esclareceu Nogueira.

Segundo o presidente do Sindaçúcar-AL, Alagoas sofreu nesta safra, no ponto de vista de comercialização, uma invasão descontrolada de etanol importado dos Estados Unidos.

“Todos os Estados estão trabalhando junto ao Governo Federal no sentido de taxar as importações que são desnecessárias por deslocarem a produção doméstica. Afinal, quem está importando este etanol são as distribuidoras de combustíveis, que são as mesmas que compram o etanol produzido domesticamente”, declarou Pedro Robério, afirmando ter sido esta a razão para as usinas terem produzido menos o biocombustível nesta safra. “Não tinha comprador”.

Ciclo 17/18

Com relação a previsão para a próxima safra, o presidente do Sindaçúcar-AL afirmou ser prematuro apresentar qualquer estimativa para o ciclo 17/18.

“Diante de uma paralisia de chuvas, que ocorria desde setembro do ano passado, a nossa expectativa era sombria. Mas, as chuvas das últimas semanas podem ajudar a mudar este quadro. Não podemos afirmar que foram chuvas de recuperação, porque está muito longe disso e os estragos foram grandes provocados pela estiagem, mas fez com que a raiz da cana pare de morrer”, destacou Nogueira.

Segundo ele, caso ocorra a regularidade dos índices pluviométricos, outro ponto será a retomada do processo de irrigação do canavial que havia sido paralisado por conta da falta de água.

“Neste bojo do processo de recuperação, está também a expectativa da conclusão da operação do empréstimo internacional que está sendo contraindo por empresas do setor e onde os recursos serão destinados ao plantio de cana. Acreditamos que, neste momento, ele já está na fase final”, declarou Nogueira.