A Agência Brasileira de Inteligência (Abin) notificou nesta sexta-feira (26) o ex-diretor-geral do órgão Alexandre Ramagem para a devolução de R$ 10 mil pagos indevidamente durante sua gestão. Segundo a Abin, o valor se refere a ajustes relacionados a encargos trabalhistas identificados posteriormente.

Ramagem foi nomeado diretor-geral da Abin em 2019 pelo então presidente Jair Bolsonaro (PL). Ele deixou o cargo em março de 2022 para disputar uma vaga na Câmara dos Deputados pelo PL do Rio de Janeiro, sendo eleito com 59.170 votos.

De acordo com a notificação do processo administrativo, a Abin afirma que Ramagem encontra-se “em local incerto e não sabido” e estabeleceu um prazo de 15 dias para que ele se manifeste, caso queira, sobre a cobrança.

Em nota enviada ao g1, a Abin informou que a medida é de caráter administrativo e diz respeito ao período em que Ramagem atuou como diretor-geral do órgão. “O Departamento de Gestão de Pessoas necessita notificá-lo para fazer tais ajustes referentes a encargos trabalhistas que recentemente percebeu-se que necessitam ser retificados”, afirmou a agência.

Alexandre Ramagem é considerado foragido da Justiça e teve a prisão decretada pelo ministro Alexandre de Moraes, relator do processo no Supremo Tribunal Federal (STF). Em setembro, ele deixou o Brasil e fugiu para os Estados Unidos. No mesmo mês, o STF o condenou a 16 anos de prisão por tentativa de golpe de Estado para manter Jair Bolsonaro no poder após a derrota nas eleições. Com a condenação, Ramagem perdeu o mandato de deputado federal.

O g1 procurou a defesa de Alexandre Ramagem, mas não obteve resposta até a publicação da reportagem.