Política

Eleições 2026: muita cortina de fumaça até a certeza chegar em abril

Por Blog de Edivaldo Junior 25/12/2025 08h08
Eleições 2026: muita cortina de fumaça até a certeza chegar em abril
Bastidores da política alagoana indicam cautela nas projeções para as eleições de 2026 - Foto: Reprodução

Muito do que se ouve hoje nos bastidores da política alagoana sobre as eleições de 2026 ainda é, essencialmente, fumaça. Avaliações apressadas, cenários montados com base em interesses momentâneos e apostas lançadas antes da hora acabam inflando expectativas que, na prática, só serão confirmadas — ou descartadas — mais adiante.

Um dos mais experientes interlocutores da política local, ouvido pelo blog, resume bem o momento: “Ainda é cedo. Qualquer definição só teremos em abril. Até lá, é preciso ter paciência”. O conselho vale para praticamente todos os grandes temas que hoje dominam as conversas de bastidor.

A começar pela principal dúvida do campo da oposição: JHC deixa ou não a prefeitura? Se deixar, será candidato ao governo ou ao Senado? A resposta a essa pergunta muda completamente o tabuleiro, não apenas na disputa majoritária, mas também na montagem das chapas proporcionais. Da mesma forma, segue indefinida a possibilidade de o prefeito lançar ou não Marina Candia como candidata ao Senado, movimento que teria impacto direto na composição do PL e na estratégia do grupo.

No campo da disputa ao Senado, além da candidatura já posta de Renan Calheiros, há dúvidas relevantes: Arthur Lira vai até o fim? Alfredo Gaspar abre mão da reeleição para arriscar uma majoritária? Davi Davino Filho pode repensar seu projeto? São perguntas que seguem sem resposta concreta, apesar das especulações cada vez mais frequentes.

Outro ponto ainda nebuloso diz respeito aos acordos políticos firmados em Brasília. Há expectativa de que JHC, em algum momento, revele com mais clareza quais compromissos assumiu fora do estado – com o presidente Lula e o ministro Renan Filho - e como esses entendimentos podem se refletir no cenário local. Por enquanto, tudo permanece no terreno das interpretações e especulações.

No plano proporcional, o cenário também está mais definido, mas ainda há pontas soltas. As conversas sobre formação de chapões, fusão de forças na oposição, federações e eventuais migrações partidárias avançam, mas nenhuma montagem pode ser considerada definitiva antes da janela partidária. Até abril, partidos e lideranças ainda terão margem para ajustes, recuos e mudanças de rota.

Em resumo, apesar do barulho crescente, a avaliação predominante entre políticos mais experientes é de cautela. O jogo pesado começa, de fato, quando o calendário eleitoral impuser decisões irreversíveis. Até lá, o que predomina é a fumaça — e a certeza de que abril será o mês em que as cartas finalmente estarão sobre a mesa.