O ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, demitiu, nesta quarta-feira (3), o ex-ministro Anderson Torres e o deputado federal Alexandre Ramagem (PL-RJ) dos quadros da Polícia Federal. A decisão foi tomada após o recebimento de comunicado oficial do Supremo Tribunal Federal sobre a condenação de ambos por participação na trama golpista.

A demissão cumpre parte da pena aplicada pelo STF. Depois de avaliar o caso, o Ministério da Justiça confirmou a perda do cargo público, o que extingue também o direito ao salário que ambos recebiam como delegados de carreira. Como a PF é subordinada à pasta, cabia a Lewandowski formalizar a punição.

Ramagem, que está foragido nos Estados Unidos, teve o salário da Câmara dos Deputados congelado. Ele é o único condenado do núcleo central da articulação golpista que permanece fora do país. Apesar disso, por ser parlamentar, conseguiu suspender parte da ação penal referente a fatos ocorridos após sua posse. O deputado foi condenado a 16 anos de prisão pelos crimes de abolição violenta do Estado de Direito, organização criminosa e golpe de Estado.

Já Anderson Torres, ex-ministro da Justiça no governo Bolsonaro e ex-secretário de Segurança Pública do Distrito Federal durante os atos de 8 de Janeiro, recebeu pena de 24 anos de prisão. Ele foi condenado por abolição violenta do Estado de Direito, organização criminosa, tentativa de golpe de Estado, dano qualificado e deterioração de patrimônio tombado.

Torres cumpre pena em uma cela especial de 54 m² na chamada “Papudinha”, área do Complexo Penitenciário da Papuda destinada a policiais presos. O espaço é maior do que a cela especial reservada ao ex-presidente Jair Bolsonaro na Superintendência da Polícia Federal em Brasília.