Política
Senado aprova criação da Política Nacional de Segurança dos Povos Indígenas
Entre os objetivos da política, incluem-se o apoio a ações de preservação da paz, da integridade física, do meio ambiente e dos bens e direitos das comunidades
O Senado Federal, por meio da Comissão de Direitos Humanos (CDH), aprovou, nesta quarta-feira (3), projeto de lei que cria a Política Nacional de Segurança dos Povos Indígenas (PNSPI).
Segundo o órgão, a proposta reafirma competências de vários órgãos de estado relacionadas ao combate à violência contra os povos indígenas e estimula parcerias com vistas à integração entre esses órgãos, ao compartilhamento de informações e à promoção de ações conjuntas.
O PL é de autoria do ex-senador Telmário Mota (RR) e recebeu parecer favorável da senadora Damares Alves (Republicanos-DF). O texto segue para análise da Comissão de Segurança Pública (CSP).
Entre os objetivos da política, incluem-se o apoio a ações de preservação da paz, da integridade física, do meio ambiente e dos bens e direitos dos povos indígenas. A proposta busca incentivar a permanência e a capacitação continuada de agentes do Estado nas terras e comunidades indígenas e estimular ações de valorização profissional, de saúde, de qualidade de vida e de segurança desses agentes.
Na justificativa da proposta, o autor cita dados do relatório Violência Contra os Povos Indígenas no Brasil, de 2020, elaborado pelo Conselho Indigenista Missionário (Cimi), que apontam aumento de 137% no número de invasões a terras indígenas e de 63% nos assassinatos de indígenas entre 2018 e 2020.
Emendas
A relatora apresentou oito emendas ao projeto original, em sua maior parte apenas com ajustes de redação. Entre as alterações sugeridas, constam os seguintes acréscimos entre os princípios e diretrizes da PNSPI:
- promoção do direito dos povos indígenas à paz, à saúde, aos recursos ambientais necessários ao seu bem-estar e à reprodução física e cultural;
- uso da força deve ser excepcional, moderado, proporcional e progressivo;
- intermediação em conflitos interétnicos e intraétnicos por meio de profissional indigenista especializado;
- atendimento especializado a mulheres, crianças e adolescentes indígenas;
- intensificação do uso de sistemas de vigilância remota para a detecção de intrusões em terras indígenas;
- capacitação dos próprios indígenas no uso de sistemas e equipamentos que permitam identificar invasões às suas terras;
- apoio à ressocialização do indígena egresso do sistema carcerário;
- garantia de proteção contra violência doméstica e familiar a mulheres, crianças e adolescentes indígenas.

