Política
Santoro e RF apresentam pacote bilionário para infraestrutura em 2026
Segundo fontes oficiais do Ministério dos Transportes, até 2026 estão previstos 35 leilões rodoviários, com aporte privado estimado em torno de R$ 120 bilhões
Em recente publicação no LinkedIn, o secretário-executivo do Ministério dos Transportes, George Santoro, ex-secretário da Fazenda de Alagoas, reforçou o compromisso de retomar e ampliar os investimentos em infraestrutura logística. Ele lembrou que o país vive “um novo ciclo de investimentos”, impulsionado por concessões estratégicas nos modais rodoviário e ferroviário.
Santoro destacou ainda a marca histórica recentemente atingida: “Ontem fizemos nosso 18° leilão e atingimos a marca de R$ 200 bilhões contratados. A infraestrutura de transportes do Brasil vai mudar.” Segundo ele, esse volume elevado de contratos reflete a atratividade dos projetos, que hoje atraem novos players nacionais e estrangeiros.
Além disso, o secretário afirmou que está a caminho a “primeira política pública de concessões ferroviárias”, com inovação prevista no modelo regulatório. Para ele, o transporte sobre trilhos será central no futuro da logística nacional, especialmente para fortalecer uma agenda mais sustentável.
A nova carteira será apresentada nesta terça-feira (25/11), às 10h, com transmissão ao vivo pelo Youtube. O evento será presencial para jornalistas e convidados representativos das entidades que representam o mercado e online para investidores, operadores, bancos e instituições financeiras, consultores, empreiteiros e consultores.
“É uma grande satisfação poder apresentar essa carteira de projetos que é a maior do mundo! Tudo preparado com muito cuidado e obedecendo o melhor da experiência internacional! A novidade é a carteira de investimentos em ferrovia de carga e de passageiros. A adoção de uma moderna política pública de concessões ferroviárias!”, disse Santoro.
O papel de Santoro e Renan Filho
George Santoro, que também já exerceu o cargo de ministro dos Transportes em exercício, tem sido uma peça-chave na estratégia de concessões do governo. Ele apontou para a urgência de modernizar a malha rodoviária e preparar o Brasil para o crescimento das exportações agrícolas: “a infraestrutura precisa acompanhar esse ritmo”, afirmou.
Em outros momentos, Santoro já defendeu modelos de concessão “mais inteligentes”. No Nordeste, por exemplo, ele explicou que o pedágio eletrônico (free-flow), com cobrança por quilômetro rodado, pode atrair operadores de médio porte, que ganham experiência e ajudam a descentralizar os investimentos privados no setor. Também avalia inovar nas debêntures para financiar infraestrutura, com mecanismos mais flexíveis para lidar com alta de juros.
Já o ministro dos Transportes, Renan Filho, também tem reforçado essa estratégia como política de estado. Em missão na Europa, ele apresentou a investidores uma carteira robusta de projetos — “nenhum país tem a quantidade de projetos que o Brasil está oferecendo à iniciativa privada”, disse. Ele afirmou que o Brasil já tem “a maior carteira de concessões rodoviárias do planeta”: são dezenas de trechos, novas modelagens e potencial para destravar trilhões de reais nas próximas décadas.
O otimismo compartilhado por Santoro e Renan Filho não é apenas retórico. Segundo fontes oficiais do Ministério dos Transportes, até 2026 estão previstos 35 leilões rodoviários, com aporte privado estimado em torno de R$ 120 bilhões.
No seminário Infraestrutura em Movimento, em outubro de 2025, Santoro disse que a pasta deve enviar em breve ao Tribunal de Contas da União o edital da EF-118 (ferrovia Vitória–Rio). É apenas o começo: outros projetos ferroviários importantes, como a Ferrogrão e os arcos Leste-Oeste e Oeste, também evoluem em estudos e audiências públicas.
Ao defender a expansão das ferrovias, Santoro também traça uma conexão com a agenda de descarbonização: “o modal ferroviário é apontado como o que mais pode alavancar recursos por meio da taxonomia verde.” Ele cita a Transnordestina como um exemplo de infraestrutura sustentável que pode moldar os grandes projetos futuros.



