Política
Temendo perder emendas, prefeitos pedem fim de impasse Lira x Renan
Prefeitos tentam acelerar uma solução e parlamentares trocam acusações sobre responsabilidade pelo impasse
O impasse político em Brasília sobre as emendas de bancada preocupa os prefeitos alagoanos. O presidente da Associação dos Municípios Alagoanos (AMA), Marcelo Beltrão (MDB), afirmou que não entra no mérito da disputa entre os parlamentares, mas reforçou que as prefeituras precisam dos recursos para manter obras, convênios e serviços em andamento.
“O dinheiro é fundamental neste momento. A ausência dessas emendas impacta diretamente os municípios”, declarou a um site local.
A indefinição resulta do desentendimento interno da bancada federal. De um lado, o coordenador Paulão (PT) obteve apoio de sete parlamentares para apresentar as emendas individualizadas. De outro, Renan Calheiros (MDB), além do senador Fernando Farias e dos deputados Isnaldo Bulhões e Rafael Brito, recusaram-se a assinar o documento alegando irregularidade no formato proposto.
Nos bastidores, o ambiente é de forte pressão. Prefeitos tentam acelerar uma solução e parlamentares trocam acusações sobre responsabilidade pelo impasse. A avaliação predominante entre lideranças municipais, porém, é que a disputa tende a ser equacionada nos próximos dias, diante da necessidade de assegurar mais de R$ 300 milhões ao estado no Orçamento da União do próximo ano.
Renan e Lira travam mais uma batalha de uma guerra política que se intensificou ao longo do ano. Agora, o embate ameça atingir diretamente a pauta municipalista, mas interlocutores próximos a ambos acreditam que os dois encontrarão uma saída para garantir a liberação das emendas sem prejuízo aos municípios.
A expectativa é de que as conversas avancem e que a situação seja resolvida ainda esta semana, evitando o cancelamento dos recursos.
Rapidez
O presidente da Associação dos Municípios Alagoanos (AMA) afirmou que há “preocupação real” com a possibilidade de o estado perder mais de R$ 300 milhões por falta de conclusão do trâmite no Senado. Para Marcelo Beltrão (MDB), o impacto de uma eventual perda seria “imediato e profundo” nos municípios.
“Grande parte das cidades depende dessas emendas para tocar obras e manter investimentos básicos em saúde, infraestrutura e programas sociais. Qualquer interrupção compromete planejamento e execução”, disse.
Beltrão tem pressa: “Não cabe aos municípios entrar no mérito das divergências. O que importa é garantir que o estado não perca recursos essenciais. Esperamos que haja uma solução célere, porque os prazos são apertados e o prejuízo seria grande”, afirmou.
“Sem esses valores, várias obras ficam inviáveis. É um efeito dominó que afeta diretamente a população”, completou.


