Política

JHC tem silêncio e Marina Candia como trunfo no jogo político de 26

Marina surge como uma arma política multifuncional

Por Blog de Edivaldo Junior 15/11/2025 07h07
JHC tem silêncio e Marina Candia como trunfo no jogo político de 26
Marina Canida e JHC, a primeira dama e o prefeito podem formar dobradinha em 2026. - Foto: Assessoria

O prefeito de Maceió, JHC, tem usado o silêncio como uma importante ferramenta de sua estratégia política. Enquanto adversários e aliados buscam sinais sobre seus próximos passos, Jota prefere deixar que outros falem por ele — e essa escolha, longe de ser passividade, parece cuidadosamente planejada.

As perguntas se acumulam: JHC será candidato ao governo? Deixará a prefeitura em abril do próximo ano? Vai disputar o Senado? Ou permanecerá no cargo até o fim do mandato? Ele não responde. E justamente por isso mantém controle sobre o ritmo da discussão. Quando esfria muito, basta sapecar um vídeo subjetivo nas redes e a conversa em torno dele volta a se itensificar.

Nos bastidores, porém, o silêncio é substituído por movimentos calculados. Interlocutores próximos ao prefeito têm alimentado blogs e sites com informações que ajudam a compor um cenário favorável para 2026.

A principal peça desse tabuleiro hoje é o nome da primeira-dama, Marina Cândia, testado repetidas vezes em pesquisas recentes. As sondagens (inclusive as de consumo interno ou até mesmo enquetes) vêm sendo disseminadas por aliados do prefeito, sempre destacando que ela aparece bem posicionada, inclusive em regiões onde tradicionalmente o grupo de JHC enfrenta mais resistência, como no Sertão.

É nesse ponto que o silêncio de JHC mostra sua utilidade. Marina surge como uma arma política multifuncional. Com o nome da primeira-dama em destaque, o prefeito mantém abertas várias portas: disputar o governo tendo Marina como candidata ao Senado em uma chapa majoritária; colocar-se como candidato ao Senado mantendo Marina como puxadora de votos do PL para a Câmara Federal; ou até permanecer na prefeitura enquanto o grupo testa sua força com uma candidatura competitiva da primeira-dama.

O nome de Marina é estratégico — pressiona adversários, reorganiza expectativas e aumenta as opções de JHC. A possibilidade de uma candidata ao Senado com potencial real de disputa reforça a posição do prefeito e impede que o tabuleiro político se estabilize antes da hora. Além disso, Marina é considerada internamente o nome mais forte para puxar votos na chapa de deputado federal que o PL prepara para 2026.

Caso ela avance para o Senado, surge outra questão: quem seria o candidato a federal do grupo? JHC tem alternativas dentro da própria família, todas já testadas eleitoralmente:

– o pai, João Caldas, ex-deputado federal;

– o irmão, João Antônio, que já disputou e chegou a exercer mandato como suplente pela Bahia;

– a mãe, Eudócia Caldas, atual senadora, que também desponta como possibilidade.

Assim, o prefeito trabalha para montar uma chapa competitiva, capaz de assegurar vaga na Câmara para o PL e, ao mesmo tempo, manter sob controle a cadeira de Senado hoje ocupada por Eudócia Caldas, sua mãe. Em silêncio, ele articula, sinaliza sem falar e cria alternativas para todas as direções possíveis. Para quem observa de fora, a dúvida permanece; para quem acompanha a política de perto, o silêncio de JHC talvez diga mais que qualquer declaração oficial.