Política
Lelo vai ao MP contra “indústria da multa” e aumenta pressão nas redes
Lelo anunciou apoio jurídico gratuito para motoristas que desejam recorrer de multas consideradas irregulares
A movimentação contra chamada “indústria da multa” ganhou novos capítulos e vem consolidando o deputado estadual Lelo Maia (União) como um dos principais porta-vozes da insatisfação popular com o DMTT de Maceió. A combinação de mobilização digital, relatos espontâneos de motoristas e ação institucional no Ministério Público ampliou o alcance político do tema e elevou o deputado a um patamar inédito de engajamento nas redes.
A repercussão mais recente veio de uma postagem no Instagram em que Lelo anunciou apoio jurídico gratuito para motoristas que desejam recorrer de multas consideradas irregulares. O post, de clima descontraído, atraiu um volume fora do padrão: cerca de 250 pessoas escreveram “RECURSO” nos comentários, indicando interesse direto no serviço oferecido.
O restante das interações — centenas de aplausos, relatos de supostos abusos e queixas repetidas sobre a atuação do órgão — reforça a percepção de que o tema encontrou eco na sociedade.
O deputado, que já superou a marca de 43 mil seguidores, mantém um ritmo constante de crescimento digital desde o embate público com agentes da DMTT. Segundo dados de plataformas de monitoramento, seu engajamento chegou a 6,6%, índice elevado para perfis políticos e resultado de uma estratégia que combina denúncia pública, presença diária e interlocução direta com cidadãos atingidos pelas multas. O número de seguidores praticamente dobrou em menos de um mês.
As manifestações nos comentários revelam um padrão: motoristas alegando injustiças, questionando procedimentos do DMTT e pedindo ajuda. Há relatos de supostas multas duplicadas, infrações atribuídas a veículos em locais simultaneamente distintos e processos de recurso que, segundo eles, não avançam. Soma-se a isso o incômodo com operações conjuntas entre DMTT e Guarda Municipal, frequentemente criticadas no espaço digital do parlamentar.
No plano institucional, Lelo Maia tenta dar consequência jurídica ao movimento. Ele protocolou, no dia 5 deste mês, uma representação no Ministério Público Estadual, denunciando práticas que considera abusivas e pedindo investigação formal sobre o órgão de trânsito. O MP já designou promotores para conduzir o inquérito, que deverá avaliar desde a conduta dos agentes até o fluxo de análise dos recursos apresentados pelos motoristas.
O deputado sustenta que, nos últimos quatro anos, a arrecadação do DMTT cresceu acima do razoável, reforçando a tese de excesso punitivo. Para ele, a primeira abordagem deveria ser educativa, não arrecadatória. O argumento encontra respaldo no levantamento do Portal da Transparência: entre 2021 e 2024, a arrecadação anual saltou de R$ 8,1 milhões para R$ 27,7 milhões, um aumento superior a 240%, acompanhado de crescimento significativo no volume de autuações.
A expectativa de Lelo é que o Ministério Público ofereça respostas objetivas e, se houver comprovação de irregularidades, estabeleça mecanismos de correção. Publicamente, ele tem defendido mais transparência no julgamento dos recursos e uma revisão profunda nos procedimentos internos do órgão.


