Política
Disputa de deputado estadual será a mais acirrada da história em AL
No cenário atual a grande maioria dos deputados estaduais tende a buscar a reeleição com chances reais de vitória
A eleição para a Assembleia Legislativa de Alagoas em 2026 caminha para ser a mais acirrada da história recente do Estado. Com a força da máquina pública e estruturas políticas consolidadas, a previsão é de que a renovação seja mínima: algo entre 10% e 20%, no máximo. Na prática, salvo fatos novos, a troca de nomes deve girar em torno de três cadeiras.
No cenário atual a grande maioria dos deputados estaduais tende a buscar a reeleição com chances reais de vitória. Alguns nomes têm releição praticamente garantida.
A estratégia interna — coordenada por lideranças influentes da Casa, especialmente pelo presidente da Assembleia Legislativa, Marcelo Victor — é preservar o espaço de quem já possui mandato, reduzindo margens para outsiders e estreantes sem bases estruturadas. A disputa, portanto, será menos sobre abrir espaço e mais sobre evitar perdas.
Entre os nomes com mais chances de conquistar as poucas vagas de renovação estão políticos com forte influência municipal. Nesse grupo são citados os nomes da prefeita de Atalaia, Cecília Rocha; Guilherme Lopes, filho do prefeito de Penedo, Ronaldo Lopes; e Márcio Beltrão, irmão do prefeito de Coruripe, Marcelo Beltrão. Também são citados nos bastidores Tenorinho Malta, prefeito de Inhapi; um nome ligado ao prefeito de Maceió, JHC, caso ele defina participação direta no pleito; e Lucas Barbosa, filho do prefeito de Arapiraca, Luciano Barbosa.
Há ainda movimentos de substituição planejada, sem perda de espaço político. É o caso de Hugo Wanderley, ex-prefeito de Cacimbinhas, que deve concorrer no lugar do pai, o deputado estadual Zé Wanderley, e de Paulinho Mendonça, que deve ocupar a vaga da deputada Carla Dantas, com apoio da base do governador Paulo Dantas. Na mesma linha, circula a possibilidade de Cícero Cavalcante disputar a vaga da filha, Flávia Cavalcante, preservando o capital eleitoral do grupo.
A surpresa pode vir da Federação Brasil (PT, PCdoB e PV), que encaixa para duas vagas, mas com ambiente favorável para tentar uma terceira cadeira. Se a eleição fosse hoje, nomes como Ronaldo Medeiros, Silvio Camelo e Teca Nelma estariam na linha de frente da disputa. O Solidariedade de Marcos Barbosa também pode surpreender. Hoje faria um e brigaria pela segunda vaga.
Por outro lado, lideranças cotadas meses atrás para a Assembleia devem migrar para a disputa federal. Estariam nesse caminho nomes como Júlio Cezar, Léo Loureiro e Tarcizo Freire.
Com bases eleitorais praticamente esgotadas, alinhamentos partidários definidos e o peso das prefeituras mais forte do que nunca, a disputa para deputado estadual em 2026 já começou — e promete ser uma batalha voto a voto. Em Alagoas, o espaço político continua sendo ocupado centímetro por centímetro, e quem ainda está buscando terreno sabe: sobrou pouco para ocupar.


