O clima na Câmara Municipal de Maceió começa a dar sinais de tensão entre o prefeito JHC e sua base aliada. Parte expressiva dos vereadores governistas tem demonstrado resistência à pressa imposta pelo Executivo na análise das contas do ex-prefeito Rui Palmeira, referentes ao período em que administrou a capital.

Segundo apuração, há um grupo majoritário de parlamentares que defende que o processo siga o rito regimental e legal, sem aceleração. A ideia de votar rapidamente uma possível rejeição das contas de Rui — hoje um adversário político de JHC — não tem sido bem recebida por boa parte dos aliados.

Nos bastidores, comenta-se que a pressão parte diretamente do núcleo do governo municipal, especialmente de Júnior Leão, primeiro-secretário de JHC e um dos principais articuladores da prefeitura na Câmara. Ainda assim, a estratégia não estaria surtindo o efeito desejado.

A avaliação entre os vereadores é de que o movimento pode parecer politicamente forçado, gerando desgaste desnecessário num momento em que JHC tenta ampliar sua influência para 2026. Por isso, preferem que a análise das contas ocorra com calma, dentro dos trâmites técnicos e institucionais.

Apesar da tensão, interlocutores apostam que o impasse é momentâneo. Como já se viu em outros episódios, a relação entre Executivo e Legislativo tende a se recompor rapidamente — ou, como ironizou um parlamentar, “JHC bota açúcar e adoça a relação de novo”.

Com Ricardo Mota.