Política

Brasil adia retaliação econômica aos EUA diante de possível diálogo entre Lula e Trump

Aproximação entre os presidentes leva governo a suspender votação sobre Lei de Reciprocidade

Por Redação 29/09/2025 17h05
Brasil adia retaliação econômica aos EUA diante de possível diálogo entre Lula e Trump
Brasil adia retaliação econômica aos EUA diante de possível diálogo entre Lula e Trump - Foto: Eduardo Munoz/Reuters; Ricardo Stuckert/Divulgação via Reuters

O governo brasileiro decidiu adiar a aplicação da Lei de Reciprocidade Econômica contra os Estados Unidos após sinalizações de aproximação entre o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o presidente norte-americano Donald Trump. A medida, que estava na pauta do Comitê-Executivo de Gestão da Câmara de Comércio Exterior (Gecex/Camex), foi retirada de votação na última semana.

Fontes diplomáticas e integrantes do governo apontam que o gesto de Trump, ao mencionar uma possível conversa com Lula durante a Assembleia Geral da ONU, motivou a cautela. O presidente brasileiro, inclusive, afirmou que pretende levar a primeira-dama Janja ao encontro com o líder norte-americano.

A Lei de Reciprocidade vinha sendo avaliada como resposta ao tarifaço de 50% imposto pelos EUA sobre produtos brasileiros. O Ministério das Relações Exteriores acionou a Camex para estudar a retaliação, e o Gecex tinha até 30 dias para apresentar um relatório com estratégias possíveis.

Apesar de uma reunião recente do comitê, o tema não foi votado. A expectativa é de que uma nova deliberação ocorra ainda esta semana, dependendo do andamento das tratativas diplomáticas. Há receio de que uma medida de retaliação possa provocar novas sanções por parte dos Estados Unidos, o que reforça a postura de prudência adotada pelo Brasil.

A possível conversa entre os presidentes, vista como improvável até pouco tempo atrás, mudou o cenário. Diplomatas avaliam que qualquer sinalização mais dura pode comprometer o avanço do diálogo bilateral, considerado estratégico para os dois países.