Política
Foragido, Allan dos Santos ironiza PF onde Lula está hospedado: “Estou aqui, hein”
Influenciador bolsonarista mora nos Estados Unidos e tem duas ordens de prisão em aberto emitidas pela Justiça brasileira

Foragido da Justiça brasileira desde 2021, o influenciador bolsonarista Allan dos Santos ironizou agentes da Polícia Federal que estavam nos arredores do local de hospedagem do presidente Lula (PT) em Nova York, nessa terça-feira (23).
Allan foi até o local e, em live para o canal do YouTube da Revista Timeline, ele abordou e tentou filmar agentes da PF que escoltavam os arredores da casa. Na ocasião, também disse que iria se encarregar de pedir para que eles "perdessem" o visto de entrada nos EUA.
"Ninguém quer me levar para o Brasil. Estou aqui, hein". Allan dos Santos fala com um celular e um microfone, gravando e acenando para a segurança do presidente. "Tem que lembrar que a gente vai fazer tudo para que cada delegado que está prendendo gente inocente no Brasil perca o visto. Pode mandar o seu WhatsApp aí e fazer o que quiser, mas aqui é liberdade. Eu vou lutar pessoalmente para que todos vocês percam o visto."
Dos Santos mora nos Estados Unidos e é considerado foragido pela Justiça brasileira desde que teve sua prisão decretada pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), em 2021. Ele é investigado nos inquéritos das milícias digitais e das fake news.
No mês passado, ele foi indiciado pela PF por desobediência, incitação ao crime, difamação e injúria. As acusações teriam como base, segundo um relatório encaminhado ao STF, "mensagens falsas e ofensivas, a confirmação da manipulação do conteúdo, os insultos proferidos, a criação sistemática de novos perfis para burlar ordens judiciais e conteúdos de incitação".
Os elementos, recolhidos como provas, constituiriam um "robusto conjunto de indícios de autoria e materialidade", afirma o documento produzido pela PF.
O relatório também afirma que "as manifestações de Allan dos Santos, principalmente no contexto de 'milícia digital', têm o objetivo de incitar, publicamente, a prática de crimes por terceiros, a exemplo de ataques a instituições e a seus membros". No ano passado, foi decretada uma nova prisão, devido a ataques contra membros da força, considerados como obstrução de justiça.
O Ministério da Justiça solicitou aos Estados Unidos, ainda no governo do ex-presidente Jair Bolsonaro, a extradição de Santos, mas até hoje não houve uma decisão das autoridades americanas, que chegaram a pedir mais informações sobre os crimes cometidos pelo brasileiro.
