Política
PT supera picuinhas e divide cargos no governo com todas as correntes
Segundo Medeiros, todas as correntes do partido, com representação no diretório estadual, terão participação no governo

Na posse dos novos secretários de Estado, realizada nessa terça-feira (26/07) no Palácio República dos Palmares, em Maceió, Alagoas, o deputado estadual Ronaldo Medeiros, presidente recém-eleito do PT em Alagoas, fez questão de dar um recado claro: o partido vai superar divergências internas e distribuir espaços no governo Paulo Dantas entre todas as suas correntes.
O recado veio após a disputa pelo comando do diretório estadual, em julho, quando Medeiros (Resistência Socialista) conquistou 70% dos votos contra 30% do grupo liderado pelo deputado federal Paulão (CNB). A disputa, marcada por troca de acusações e picuinhas, chegou a elevar a temperatura interna durante o processo eleitoral.
Passada a eleição e apesar da vitória folgada, o novo presidente garante que não haverá exclusão. Segundo ele, os secretários indicados pelo PT já foram orientados a ouvir todas as alas antes de efetivar nomeações.
“O PT não tem um dono. Não tem um que manda, dois que mandam. O partido é democrático e está acima de questões individuais”, afirmou Medeiros, reforçando que o compromisso é apresentar resultados em áreas estratégicas, como educação, direitos humanos e políticas sociais.
Sobre os novos secretários, indicados pelo PT, Medeiros explicou: “Essas indicações não foram realizadas por uma pessoa. Essas indicações são de todo o partido. A responsabilidade não só é do presidente do partido, é todos nós. O partido não tem um que manda, não tem dois. O partido é um partido democrático que nessas últimas eleições decidiu e escolheu um caminho”.
A defesa da unidade partidária acontece no mesmo dia em que o governador Paulo Dantas anunciou o maior concurso público da história de Alagoas e reforçou programas sociais que já projetam o estado como modelo em algumas áreas. Nesse contexto, o PT sinaliza que pretende ser um parceiro de primeira linha do governo, mas sem abrir mão de acomodar seus diferentes grupos internos.
Segundo Medeiros, todas as correntes do partido, com representação no diretório estadual, terão participação no governo: “basta para isso que indiquem nomes que tenham capacidade técnica para ocupar os cargos. Os novos secretários já foram orientados para acatar estas indicações”, explica.
“Todos, governador, todas as correntes e forças políticas do governo foram convidadas. Desde que tenham nomes técnicos, os secretários vão ouvir e vão escolher sem discriminar ninguém. Ninguém. Todos são convidados a participar do governo e também a apresentar resultados”, apontou Medeiros.
Os novos secretários do PT
Na nova configuração do governo, o PT passa a ocupar três Pastas. Marcelo Nascimento assume a Secretaria de Direitos Humanos, área em que já tem histórico de militância e atuação reconhecida. Judson Cabral também reforça a pasta, trazendo experiência política para um campo sensível e estratégico.
Já a jovem Marília Cordeiro, que ganhou visibilidade em Arapiraca, chega ao governo como aposta de renovação e representação feminina, um ponto destacado pelo próprio Ronaldo Medeiros ao lembrar que a gestão estadual mantém maioria de mulheres no secretariado.
Segundo o deputado, a escolha desses nomes reflete não apenas a força do partido na base aliada, mas também um compromisso com políticas públicas inclusivas. A expectativa é de que, a partir desses quadros, o PT consiga imprimir sua marca no governo, conciliando técnica, diálogo e representatividade.
Resta saber se a promessa de Ronaldo Medeiros será cumprida na prática: dividir poder e, ao mesmo tempo, garantir eficiência na gestão. No tabuleiro político alagoano, onde disputas internas costumam ser duras, o PT terá que provar que unidade e resultados podem andar juntos.
