Política
“Acordão de Brasília” deve ser revelado após posse de Marluce no STJ
João Henrique Caldas se empenhou intensamente desde outubro de 2024 para viabilizar a indicação

A iminente posse de Marluce Caldas, procuradora do MP de Alagoas, no Superior Tribunal de Justiça (STJ), pode marcar um ponto de reviravolta na política de Maceió. Indicada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, a tia do prefeito João Henrique Caldas (JHC) ainda passará pela sabatina na Comissão de Constituição e Justiça e pela votação no plenário do Senado, etapas que devem confirmar sua ascensão à Corte.
Nos bastidores, é consenso que JHC foi decisivo na articulação para a escolha de Marluce na fase política do processo. Escolhida em listra tríplice por méritos, ela precisava ser indicada pelo presidente da República ao cargo. João Henrique Caldas se empenhou intensamente desde outubro de 2024 para viabilizar a indicação.
Essas movimentações teriam aproximado o prefeito de Lula e de líderes da base governista, abrindo caminho para negociações mais amplas na cena política nacional e local.
Segundo interlocutores próximos, a confirmação de Marluce no STJ será o momento escolhido por JHC para, enfim, tornar público o chamado “Acordão de Brasília” — entendimento político que, de acordo com fontes, envolveria a permanência do prefeito no cargo até o fim do mandato, descartando a renúncia em abril de 2026 para disputar o Senado ou o governo do Estado.
O acordo teria sido costurado com nomes de peso na política alagoana e nacional, incluindo o senador Renan Calheiros, o ministro dos Transportes Renan Filho e, principalmente, o deputado Arthur Lira, ex-presidente da Câmara dos Deputados. Com Lira, segundo relatos, foi fechado o compromisso de JHC se manter à frente da Prefeitura até 2028.
A revelação do acordo que define o futuro político de JHC deve vir acompanhada de mudanças na gestão municipal. Interlocutores indicam que o prefeito prepara ajustes no secretariado e em áreas estratégicas da administração, além de avaliar uma possível troca de partido — movimentação que só ocorreria após a posse de Marluce no STJ.
A posse da futura ministra, se tudo acontecer dentro do esperado, será na primeira semana de setembro. Agora, é esperar um pouco mais por Brasília: à medida que o processo de nomeação de Marluce avança no Senado, cresce também a curiosidade sobre o que JHC terá a dizer — e a fazer — quando esse capítulo se encerrar.
