Política

JHC enfrenta impasses partidários e busca legenda “neutra” para 2026

Tentativas frustradas de filiação ao PSD e PSB expõem dificuldades do prefeito de Maceió em manter discurso moderado sem se vincular claramente ao bolsonarismo ou ao lulismo

Por Redação* 04/06/2025 14h02
JHC enfrenta impasses partidários e busca legenda “neutra” para 2026
JHC - Foto: Reprodução

O cenário político em torno do prefeito de Maceió, JHC, mostra-se cada vez mais delicado e estratégico. A tentativa frustrada de migrar para o PSD, travada pela relação de Rui Palmeira com Fernando Haddad, e a dificuldade de retorno ao PSB, onde Paula Dantas passou a ter influência na direção nacional, revelam que os caminhos tradicionais estão se estreitando. 

Ainda que o apoio pessoal de João Campos (PSB-PE) possa suavizar resistências internas, o retorno de JHC ao PSB enfrenta vetos de figuras influentes do partido. Isso agrava o desafio de encontrar uma sigla que abrace seu perfil híbrido: não se posiciona firmemente como bolsonarista, mas tampouco assume o campo lulista. 

Na prática, o prefeito precisará encontrar uma legenda que mantenha sua identidade moderada, ou melhor dizendo, sua ambiguidade estratégica, algo que tem funcionado eleitoralmente em um estado dividido politicamente como Alagoas. 

As alternativas mais viáveis são os partidos com pouca definição ideológica e forte controle pessoal, que possam lhe oferecer estrutura e tempo de TV em 2026, sem exigir fidelidade a uma linha política muito clara. Siglas como Republicanos, PP, União Brasil ou até MDB são cogitadas nos bastidores, por sua flexibilidade ideológica e pragmatismo eleitoral. 

O PL, embora forte, parece inviável por ora, dada a rejeição que JHC sofreria de parte do eleitorado mais moderado e pela dificuldade de se alinhar publicamente ao bolsonarismo explícito sem perda de capital político local. 

Ele tem até a janela partidária de 2026 para decidir. Mas a movimentação das peças no tabuleiro nacional e local indica que, quanto mais o tempo passa, mais limitada será sua margem de manobra, e mais cara, politicamente, pode ser essa escolha.

Com agências.