Nesta quinta-feira, 27, os servidores da servidores da Agência de Defesa e Inspeção Agropecuária de Alagoas (Adeal) entram oficialmente em greve, após cumprido o prazo de 72 horas do comunicado da paralisação ao governo do estado. 

Entre as reivindicações dos servidores, está a reestruturação das carreiras com readequação da tabela de subsídios, a reestruturação da agência e uma remodelação do serviços prestados pela Adealefesa agropecuária no estado.

Os servidores protocolaram ofício comunicando o Governador da decisão pela greve da Assembleia Geral Extraordinária de sexta passada (22).

De acordo com o presidente do Sindicato dos Servidores de Fiscalização Estadual Agropecuária de Alagoas (Sinfeagro), Otto Cabral, a paralição acontece após inúmeras tentativas de negociação com o governo.

"Pedimos ao governo, às autoridades do estado, os políticos alagoanos, que passem enxergar a ADEAL por sua importância. A Adeal,  a gente costuma usar a frase, é apólice de seguro do agronegócio alagoano. A defesa agropecuária é feita pelos servidores da Adeal, a defesa e a inspeção de produtos de origem animal é feita pelos servidores da adeal. Então a gente está presente do café da manhã ao jantar na mesa do alagoano."

Paralisação acontece em meio a volta das barreira sanitárias em Alagoas

Para receber a certificação de zona livre de aftosa sem vacinação, Alagoas deve passar, a partir de Maio, por um período de restrição na circulação de animais, o que deve impactar diretamente a comercialização de bovinos, bubalinos, caprinos, ovinos e suínos. De acordo com Federação da Agricultura e Pecuária de Alagoas (Faeal), serão realizados duas campanha de vacinação ainda este ano e é possível que a certificação de zona livre sem vacinação só acontece em 2026.

Histórico

Desde 2019, o Sinfeagro tenta trazer à pauta com o governo a necessidade de restruturação das categorias de trabalho e da própria agência. 

Em 2021, em reunião com o então governador, Renan Filho, foram definidas estratégias: reestruturação das carreiras dos servidores e, posteriormente, a reestruturação da Adeal com a adequação do quadro de servidores através de concurso público, o que não aconteceu.

No fim de 2023, em assembleia geral extraordinária, os servidores decidiram que no início de 2024 implementariam uma greve. "Tendo a abertura de negociação o movimento pode ser suspenso. Mas a gente precisa sentar com o governo, entender o que ele vai oferecer".

Em relação a possibilidade de manter o funcionamento das atividades essenciais da agência, Otto explicou que é uma decisão de responsabilidade da Justiça, uma vez que tenha julgado o processo que instaura a greve. O presidente do sindadicato enfatizou que "todas as atividades dos servidores da adeal são essenciais", apesar da determinação de 30% das tarefas serem mantidas por determinação da justiça em ocasiões passadas.

O que diz a Adeal

Em nota publicada nesta segunda-feira, 25, a Adeal informou que diante do indicativo de greve mantém o canal de negociação já existente com a categoria em busca de uma solução. 

Veja a nota completa:

"A Agência de Defesa e Inspeção Agropecuária de Alagoas (Adeal) esclarece que, diante do indicativo de greve aprovado pelos servidores do órgão, na sexta-feira, 22, o canal de negociação já existente com a categoria permanece aberto em busca de uma solução que atenda aos interesses de todos.

A Adeal reforça ainda que a Secretaria de Planejamento, Gestão e Patrimônio (Seplag) já havia garantido prioridade e agilidade na realização do concurso público do órgão, além da reestruturação de carreiras e a revisão da tabela de subsídios, conforme procedimentos administrativos adotados e reuniões realizadas recentemente entre os órgãos.

Após todos os dados serem fornecidos pela Adeal, o processo será encaminhado pela Seplag para análise no Comitê de Negociação Sindical (Cones), seguindo com o trâmite legal.