Política
Durante evento no Parque da Mulher, irmão do prefeito JHC é alvo de protesto contra violência de gênero
Dr. JHC é acusado de suposta agressão contra a noiva, em caso que ocorreu há mais de três meses em Maceió
Na noite desta sexta-feira (8), Dia Internacional da Mulher, moradores da comunidades localizadas no bairro do Bendito Bentes, realizaram um protesto simbólico no Parque da Mulher, no bairro da Jatiúca. O ato ocorreu após a chegada ao local do prefeito de Maceió, João Henrique Caldas, o JHC (PL), que foi até o local para evento realizado pela prefeitura.
A manifestação, que reuniu representantes da comunidade, foi contra a violência de gênero. O irmão do prefeito, Dr. JHC , é acuso de violência doméstica e João Henrique Caldas é acusado de supostamente agir para protegê-lo, “silenciando” a vítima.
No ato em que denunciaram a violência contra a mulher no estado de Alagoas, os moradores do Benedito Bentes levaram cartazes com a foto do irmão do prefeito de Maceió, JHC (PL), Dr. JHC. Os manifestantes questionaram a impunidade dos agressores em Alagoas e em Maceió. A suposta agressão praticada pelo Dr. JHC contra noiva dele, a dentista Isadora Martins, ocorreu em novembro de 2023. Até o momento o inquérito ainda não foi concluído pela Polícia Civil.
Silenciamento
No Dia Internacional da Mulher, entidades e grupos femininos em Alagoas repudiaram um caso emblemático de violência doméstica envolvendo o irmão do prefeito de Maceió, Dr. JHC. Para a Associação de Mulheres Advogadas de Alagoas - AMADA, o episódio desconsiderou a Lei Maria da Penha, com instituições falhando em proteger a vítima, possivelmente contribuindo para sua renúncia ao romper o silêncio.
"O caso que envolveu o irmão do prefeito JHC é um exemplo de instituições que falharam em proteger a vítima e, possivelmente, a influenciaram a desistir de denunciar, como é comum nesses casos. Quando as instituições não protegem as vítimas, estão apoiando o agressor e perpetuando a violência", declarou a AMADA em comunicado ao Jornal de Alagoas.
Olga Tatiane, presidente do Conselho Estadual de Defesa dos Direitos da Mulher, destacou a importância de abordar o caso de Dr. JHC, ressaltando que muitas mulheres são coagidas a silenciar diante de pressões sociais.
"É um absurdo o que aconteceu com essa moça, que foi pressionada ao ponto de silenciar. Nossa postura é de que o caso seja investigado com seriedade. Isso ocorre com muitas mulheres, sendo pressionadas por familiares, igrejas, autoridades ou minimizadas, o que pode, infelizmente, levar ao feminicídio", afirmou Tatiana.
A nota da AMADA reforça a necessidade de aplicação efetiva da Lei Maria da Penha para proteger as vítimas e combater a violência contra a mulher, destacando a má utilização de recursos e influências que muitas vezes revertem a lógica de proteção.
O Caso:
Em 18 de novembro, a dentista Isadora Martins ligou para o serviço de emergência 190, relatando uma briga com Dr. JHC, onde afirmou ter sido agredida e jogada ao chão. O incidente envolvendo o irmão do prefeito de Maceió se desenrolou com portas arrombadas e o acusado trancado em um quarto. Após horas, Dr. JHC, acompanhado de sua mãe, ex-senadora e militares, compareceu à Central de Flagrantes. A vítima, Isadora Martins, entrou pelos fundos da Central, negando as agressões mesmo com áudio gravado e evidências visuais.