Política

Arthur Lira voou em avião da FAB para desfilar na Beija-Flor ao lado de JHC

Por Blog do Edivaldo Júnior 17/02/2024 07h07 - Atualizado em 17/02/2024 07h07
Arthur Lira voou em avião da FAB para desfilar na Beija-Flor ao lado de JHC
Lira e JHC no carnaval - Foto: Reprdução/Instagram

Viajar com aviões da FAB para cumprir compromissos fora da agenda de trabalho sempre gerou repercussão negativa para ministros e presidentes da Câmara ou do Senado. A regra é clara.

Os aviões podem ser usados, desde que em compromissos oficiais. Fora disso, as autoridades – exceto o presidente da república – devem usar aviões de carreira.

Em parte, a “regra” explica a repercussão que teve na mídia nacional, nesta sexta-feira, a informação de que durante o Carnaval, o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), utilizou aeronaves da Força Aérea Brasileira (FAB) em suas viagens.

Ele partiu de Brasília para Salvador na manhã de sexta-feira (9) e, na capital baiana, participou de eventos carnavalescos. No domingo (11), Lira viajou de Salvador para o Rio de Janeiro, onde desfilou pela escola de samba Beija-Flor de Nilópolis.

E aqui, mais uma polêmica. A Beija-Flor recebeu um patrocínio de R$ 8 milhões da Prefeitura de Maceió para homenagear Rás Gonguila e a capital alagoana, que é governada por um aliado de Lira, o prefeito João Henrique Caldas (PL).

Oficialmente, os voos em aeronaves da FAB foram justificados por “questões de segurança”, conforme informado pelo site da instituição, embora o propósito específico das viagens não tenha sido divulgado publicamente. Segundo reportagem da Folha, apenas Lira utilizou aeronaves do governo durante o período do Carnaval.

A polêmica com os voos da FAB se misturam ao acordo entre a Prefeitura de Maceió e a Beija-Flor, formalizado em 2023, para o desfile de Carnaval no Rio de Janeiro, no valor de R$ 8 milhões. A prefeitura alegou que o investimento tinha como objetivo promover a cultura local e o turismo na capital alagoana, negando o uso de verba de emendas parlamentares. O “fomento” à agremiação do Rio de Janeiro, no entanto, segue sendo muito criticado por artistas locais, que se queixam de não ter o “mesmo tratatamento”. Mas essa é outra história.