Política

Revelamos o tamanho do “rombo” que a Braskem tem para pagar vítimas e governo de AL

O governo pode chegar a um acordo, em que todo o valor seria reduzido para cerca de R$ 14 bilhões

Por Blog do Edivaldo Junior 17/11/2023 05h05 - Atualizado em 17/11/2023 11h11
Revelamos o tamanho do “rombo” que a Braskem tem para pagar vítimas e governo de AL
Representantes da Braskem foram cobrados para que danos causados aos moradores, prefeituras e Estado sejam reparados - Foto: Reprodução

A Braskem diz que já “provisionou” R$14,6 bilhões para custos relacionados ao incidente geológico ou crime ambiental em Maceió. A companhia, no entanto, seguente enfrentando ações judiciais que podem aumentar consideravelmente esses gastos, incluindo a ação movida pelo governo de Alagoas.

Na esfera pública a Braskem já fez acordos com a prefeitura de Maceió. De acordo com a prefeitura, os valores acordados com o município passam dos R$ 2,6 bilhões.

Num levantamento a que tive acesso, o governo de Alagoas cobra R$ 7,4 bilhões em indenização para as vítimas e outros R$ 17,5 bilhões para perdas do Estado e dos municípios afetados, indiretamente, incluindo perdas tributárias da ordem de R$ 3 bilhões.

Ao que se sabe, o governo pode chegar a um acordo, em que todo o valor seria reduzido para cerca de R$ 14 bilhões. 

Global

Nos últimos dias duas importantes reportagens trazem fatos novos sobre a Braskem. Uma delas é do The Intercept Brasil. Nela o presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, afirma que a venda da Braskem leva em consideração as novas ações judiciais, incluindo a dívida com Alagoas.

Em reportagem, o Financial Times trata sobre o desastre ambiental urbano em Maceió, causado pela mineração de sal pela Braskem, a maior produtora de petroquímicos da América Latina.

O artigo relata os seguintes pontos:


Cidade afundando:
A extração de sal provocou a subsidência do solo, que gerou rachaduras em edifícios e crateras em ruas. Cerca de 55 mil pessoas tiveram que evacuar permanentemente suas casas em cinco bairros da cidade.

Ações legais: A Braskem enfrenta ações judiciais que podem aumentar consideravelmente os R$14,6 bilhões que já provisionou para custos relacionados ao incidente. Uma delas é movida por vítimas na Holanda, que alegam que não receberam uma indenização justa.

Impactos sociais: O desastre não só causou danos materiais, mas também afetou a saúde mental, a economia e a coesão das comunidades afetadas. Muitos moradores se sentem abandonados e desesperançados.

Resposta da empresa: A Braskem encerrou a extração de sal em 2019 e está preenchendo os poços como parte de obras de remediação. A empresa também pagou R$3,8 bilhões em compensações, auxílios e apoio à realocação, sob um esquema de reparação acordado com os procuradores e defensores públicos.