A vitória de Paulo Dantas (MDB) no segundo turno da eleição para o governo de Alagoas foi suada – literalmente.

Enfrentando uma inédita operação da Polícia Federal, que resultou em seu afastamento do governo faltando menos de 20 dias para a eleição, Paulo Dantas passou a “sangrar” dia após dia. A vantagem de 20 pontos no primeiro turno sobre Rodrigo Cunha passou a diminuir rapidamente.

Cada dia fora do governo, acusado de corrupção, representou perda de um ponto percentual, no mínimo, nas intenções de voto de Paulo Dantas.

Paulo só retornou ao governo no dia 25 (a decisão do STF saiu no dia 24), faltando cinco dias para a eleição. A volta ao Palácio dos Palmares deu fôlego para o governador, que conseguiu estancar a trajetória de queda nas pesquisas. O bom desempenho nos debates e principalmente o apoio da política manteve o governador na liderança, mas com margem bem menor.

Talvez por isso, Paulo Dantas e seus aliados esperaram até o final da apuração, neste domingo (30), para comemorar a vitória.

O maior adversário foi o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP), que quase consegue eleger seu candidato ao governo.

Um dos principais articuladores da campanha de Paulo Dantas, Renan Calheiros (MDB), teve papel fundamental em todo o processo que resultou na reeleição do governador.

Para o senador do MDB, a eleição de Paulo Dantas foi uma verdadeira superação: “Esta foi a mais difícil eleição de todos os tempos em Alagoas”, aponta.

“Lira se considerava e era o dono do Brasil. Bloqueou R$ 1 bilhão do tesouro estadual, reduziu o nosso ICMS em R$ 750 milhões este ano, retirou todos os investimentos do governo Federal (inclusive o Canal do Sertão), dificultou o empréstimo de R$ 700 milhões e conseguiu levar, com a ajuda da PF/Al, uma investigação de 2017 para Brasília e afastou o Governador. Inacreditável, foram além do que eles próprios imaginavam”, analisa .

Renan avalia que o resultado da eleição foi uma vitória da continuidade da gestão de Renan Filho. “A eleição é, sobretudo, a continuidade de um modelo de desenvolvimento que transformou Alagoas no Estado que mais investe recursos próprios no Brasil”, afirma.