Política

Metade do patrimônio da família Bolsonaro foi comprado em dinheiro vivo

Foram cerca de R$ 13,5 milhões em compras de imóveis com dinheiro em espécie; em valores corrigidos pelo IPCA, seria R$ 25,6 milhões

Por Redação* 30/08/2022 09h09 - Atualizado em 30/08/2022 12h12
Metade do patrimônio da família Bolsonaro foi comprado em dinheiro vivo
Família Bolsonaro - Foto: Reprodução/UOL

Segundo levantamento patrimonial feito pela UOL, metade do patrimônio em imóveis da família de Jair Bolsonaro (PL) e de seus familiares mais próximos foi construída nas últimas três décadas com uso de dinheiro em espécie. 

O levantamento considera o patrimônio construído no Rio de Janeiro, em São Paulo e em Brasília pelo presidente, seus três filhos mais velhos, mãe, cinco irmãos e duas ex-mulheres.

De acordo com declarações do próprio clã, de 1990 para os dias atuais, o presidente, irmãos e filhos negociaram 107 imóveis, e pelo menos 51 foram adquiridos total ou parcialmente com uso de dinheiro vivo.

As compras registradas nos cartórios com o modo de pagamento "em moeda corrente nacional", expressão padronizada para repasses em espécie, totalizaram R$ 13,5 milhões. Em valores corrigidos pelo IPCA, este montante equivale, nos dias atuais, a R$ 25,6 milhões.

Não é possível saber a forma de pagamento de 26 imóveis, que somaram pagamentos de R$ 986 mil (ou R$ 1,99 milhão em valores corrigidos) porque esta informação não consta nos documentos de compra e venda. Transações por meio de cheque ou transferência bancária envolveram 30 imóveis, totalizando R$ 13,4 milhões (ou R$ 17,9 milhões corrigidos pelo IPCA).

Ao menos 25 deles foram comprados em situações que suscitaram investigações do Ministério Público do Rio e do Distrito Federal. Neste grupo, estão aquisições e vendas feitas pelo núcleo do presidente, seus filhos e suas ex-mulheres não necessariamente com o uso de dinheiro vivo, mas que se tornaram objeto de apurações como, por exemplo, no caso das "rachadinhas" (apropriação ilegal de salários de funcionários de gabinetes).

Por meio de sua assessoria, o UOL perguntou ao presidente Jair Bolsonaro qual a razão da preferência da família pelas transações em dinheiro, mas ele não se manifestou.

*Com informações do UOL