Política

Cícero Albuquerque defende projeto de esquerda autônomo e independente para AL

Pré-candidato do PSOL ao governo de Alagoas participou de programa de rádio, na manhã desta quarta-feira (20) e comentou propostas e estratégias para as eleições

Por Assessoria 20/07/2022 16h04 - Atualizado em 20/07/2022 16h04
Cícero Albuquerque defende projeto de esquerda autônomo e independente para AL
De acordo com Albuquerque, a expectativa do PSOL é dobrar o número de membros na bancada federal, a partir da junção com a Rede. - Foto: Assessoria

O professor e educador popular Cícero Albuquerque, pré-candidato ao governo de Alagoas pelo PSOL, defendeu um projeto político de esquerda autônomo e independente para o estado, durante entrevista para a Rádio Antena 7, na manhã desta quarta-feira (7). “É a quarta eleição seguida que fazemos [PSOL] candidatura própria, em nome de uma autonomia política de um campo de esquerda”.

Cícero argumentou que a independência da esquerda é necessária para que não se tenha influência ou julgo dos grupos que historicamente dominam a política alagoana. “Recebi, esta semana, o apoio do PCB e devo receber o apoio do UP, nos próximos dias. Não tem sentido passarmos a vida combatendo a dominação e exploração sobre o povo alagoano e, quando chegar a hora da eleição, a gente compor, é uma contradição de origem. Defendemos que é preciso apresentar um projeto alternativo, como uma candidatura de esquerda”, disse.

Professor que passou pelos ensinos fundamental, médio e superior, com mais de 30 anos de sala de aula, Cícero defende a educação pública de qualidade e, como proposta, apontou a universalização do acesso à educação e construção de projetos que venham ampliar a qualidade do ensino público em Alagoas e que a rede de ensino tenha compromisso com a transformação do indivíduo em conjunto com a sociedade.

“Isso passa por investimento nas pessoas, passa por uma boa estrutura física e por um compromisso com a transformação. Que o filho do pobre possa ir a uma escola de qualidade. Se alguém quiser colocar o filho em uma escola particular que o faça sabendo que está fazendo porque quer, mas que a escola pública tem qualidade”, afirmou o pré-candidato, que aproveitou para mandar uma mensagem de apoio e solidariedade para os colegas professores do município de Maceió que estão em greve.

“Há uma desvalorização do funcionário público e do funcionário público da educação, feita inclusive por jovens governantes, uma juventude conservadora e reacionária, que tem uma cara nova, mas velhos conteúdos. São pessoas que nunca batalharam na vida e não sabem o que é dificuldade, que herdaram seus espaços na sociedade e não sabem a importância de ter um profissional estimulado dentro da sala de aula”, completou.

Perguntado sobre a gestão atual do Ministério da Educação (MEC) da educação e as denúncias sobre o caso do loteamento do MEC a autoridades religiosas, Cícero afirmou que a gestão de Bolsonaro no Ministério é o maior desastre que ele já viu enquanto educador. “É criminosa a gestão, não só por esse ministro, mas por todos que passaram. O critério para indicação do quadro deveria ser técnico e ético. A sequência de ministros é desastrosa”.


Federações partidárias


De acordo com Albuquerque, a expectativa do PSOL é dobrar o número de membros na bancada federal, a partir da junção com a Rede, e explicou que a união não é meramente pragmática, mas sim programática pela importância que se dá o fortalecimento entre os campos comuns no momento delicado vivido pelo país.

“Temos que combater o obscurantismo, levantar as bandeiras progressistas e fazer a defesa da democracia, da justiça social e do meio ambiente”.

Questão ambiental


A federação com a Rede amplia o debate ambiental entre os partidos e Cícero defende uma tradição do próprio PSOL, o ecossocialismo, como um horizonte possível para a construção de um mundo mais justo e melhor.

Segundo ele essa é uma questão central e cita como exemplo o caso de Maceió, que vive um flagelo ambiental, referindo-se ao caso da Braskem, que expulsou de suas casas mais de 60 mil famílias em quatro bairros da capital alagoana.

“Parte expressiva da cidade está condenada a virar um deserto e os nossos governantes não se pronunciam sobre isso. Queria dizer ao povo que nenhum projeto de desenvolvimento pode ser construído passando por cima do meio ambiente”, declarou.