O prefeito de Maceió fez uma manobra inesperada para manter o controle do seu partido, o PSB, em Alagoas. Lançou o irmão, o médico João Antônio Calda (o Dr. JAC), pré-candidato a deputado federal pela legenda.

Deu certo, apesar da comoção causada pela provável retirada da pré-candidatura de seu pai, João Caldas, que planejava disputar vaga de federal pelo União Brasil.

No encontro com o presidente nacional do PSB, Carlos Siqueira, ficou estabelecido que o gesto seria suficiente para o partido seguir sob o controle de JHC em Alagoas.

Mas o prefeito vai enfrentar um novo desafio nos próximos dias. Ele apoia o pré-candidato ao governo do União Brasil. O problema é que o senador Rodrigo Cunha está no ‘bloco’ de Arthur Lira (líder do Centrão e sustentáculo de Jair Bolsonaro), enquanto seu partido, nacionalmente, está no ‘bloco’ do ex-presidente Lula.

No plano estadual, a Federação PT/PV/PCdoB já definiu aliança com o MDB do governador Paulo Dantas. No plano nacional, o PSB vai indicar o candidato a vice de Lula (o ex-governador de São Paulo, Geraldo Alkmin).

A partir desses cenários, JHC, que preside o PSB em Alagoas, deve ser orientado a não fortalecer o ‘bloco’ de Arthur Lira em Alagoas, o que tornaria inviável uma coligação com o União Brasil de Rodrigo Cunha.

E para onde iria ou irá o tempo de TV do PSB? JHC já deu sinais de não pretende fechar aliança com o grupo do governador Paulo Dantas. Uma aliança partidária com o senador Fernando Collor – o nome de Jair Bolsonaro em Alagoas, também não seria viável. Com Rui Palmeira (PSD) não há a menor chance e diálogo.

Nesse caso, JHC poderia deixar o PSB fora das eleições majoritárias, lançar candidatos ao governo e ao Senado para “cumprir tabela” ou tentar formalizar a coligação com Rodrigo Cunha, correndo o risco de entrar em choque com a direção nacional do partido.

A convenção do PSB em Alagoas está marcada para 1o de agosto. Mas antes disso saberemos qual será o destino da legenda. E sim, esta semana será decisiva, a começar por esta segunda-feira, quando o posicionamento do partido no Estado deverá ser selado em uma importante reunião que será feita em São Paulo. Mas essa é outra história.