Política

Doria avisa a aliados que desistiu do Planalto, mas tucanos enxergam como "jogada"

Decisão teria irritado seu vice, Rodrigo Garcia, que assumiria o cargo de governador após o afastamento do tucano

Por Redação 31/03/2022 10h10
Doria avisa a aliados que desistiu do Planalto, mas tucanos enxergam como 'jogada'
João Doria (PSDB) - Foto: Governo do Estado de São Paulo

O governador de São Paulo, João Doria (PSDB), informou a seus aliados que desistiu de concorrer à Presidência da República e, por este motivo, não deve renunciar ao cargo nesta quinta-feira (31).

Fontes apontam que o vice-governador Rodrigo Garcia (PSDB), que assumiria o comando do estado nos próximos dias e provavelmente tentaria reeleição em outubro, já foi informado da decisão do tucano.

Interlocutores de Doria dizem que apesar do governador não renunciar ao cargo, ele mantém o compromisso de não disputar reeleição ao governo do estado, apoiando Garcia no pleito de outubro deste ano.

Se a decisão de Doria se confirmar, é provável que o governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, tenha espaço para ser candidato do PSDB à Presidência da República.

Também nesta semana, Leite já comunicou que renunciará ao cargo de governador gaúcho e permanecerá no PSDB para tentar se viabilizar como candidato da “terceira via” ao Palácio do Planalto.

Fontes internas indicam que a decisão de Doria teria irritado Rodrigo Garcia, que contava com o peso do cargo de governador que assumiria para ganhar visibilidade e alavancar sua candidatura ao Governo do Estado em outubro.

Outra coisa que pesou para que essa decisão fosse tomada foi a falta de apoio interno dentro do PSDB à sua candidatura. De acordo com pesquisas, Doria aparece com baixa intenção de voto e alta rejeição.

Lideranças tucanas aliadas a Eduardo Leite, enxergam o movimento de Doria como uma “jogada” política para pressionar a direção do PSDB a garantir que ele será o candidato da sigla ao Planalto.

Os tucanos lembram lembram que de acordo com a legislação federal, o prazo previsto pela legislação eleitoral para políticos que disputarão as eleições de outubro deixarem seus cargos só acaba no próximo sábado (2). Ou seja, tudo pode mudar.

*Com informações do Metrópoles