Política
Petição pede CPI da Braskem para investigar tragédia em Maceió
Mesmo afetando a vida de moradores de Maceió, a petição até as 10:38 contava apenas com 108 assinaturas

Na última terça-feira (8), foi criada uma petição que está sendo disseminada através das redes sociais com o intuito de montar uma CPI para investigar de forma minuciosa o crime ambiental causa pela empresa Braskem com a retirada de sal-gema que até então encontrasse sem punição. Mesmo afetando a vida de moradores de Maceió, a petição até as 11:11 contava apenas com 111 assinaturas.
Segundo o responsável pelo abaixo assinada, Dr.Basile Christopoulos, o principal motivo que o levou a criação da petição foi a indignação pelos acordos que foram feitos com os moradores e comerciantes da região que irão sair perdendo.
Quando questionado sobre o assunto, Basile respondeu: "Fui morador da região quando era criança, na área que está sendo evacuada. Eram três blocos de 12 apartamentos, agora só tem 5 moradores em cada apartamento que também estão sendo despejado. A revolta que qualquer cidadão tem quando vê um patrimonial ambiental, social sendo destruído".
E continua, "A CPI pode ser um instrumento interessante para dar mais luz a essa questão e fazer com que a população seja ouvida".
Basile informou ainda que, até o presente momento ainda não tem apoio de nenhuma parlamentar. "Estou esperando a causa ganhar mais força para começar a apresentar o projeto"."Iremos fazer movimentos nas ruas, iremos conversa com alguns empresários e vamos fazer com que esse número de assinaturas aumentem".
O advogado informou então, "Esse crime não pode ficar impune, ninguém foi identificado como culpado, a cidade perdeu praticamente quatro bairros e meio, e agente entende que esse crime tem que ser solucionado, punido e a cidade precisa de uma compensação da Braskem justa pelo dano que foi causado".
Assine a petição clicando aqui
Caso Braskem
O caso Pinheiro/Braskem tornou-se conhecido após um tremor de terra sentido por moradores de alguns bairros de Maceió, em março de 2018. No Pinheiro, um tradicional bairro da capital alagoana, além dos tremores surgiram rachaduras nos imóveis, fendas nas ruas, afundamentos de solo e crateras que se abriram sem aparente motivo. Os moradores do bairro relataram que após um forte temporal, em fevereiro daquele mesmo ano, danos estruturais no bairro – que já eram frequentes – começaram a se agravar, culminando no tremor sentido semanas depois. Naquele momento surgiram as hipóteses de que haveria uma acomodação do solo ou, ainda, que a antiga estrutura de esgotamento sanitário poderia estar provocando os danos na superfície.
Ainda em 2018, foram identificados danos semelhantes em imóveis e ruas do bairro do Mutange, localizado abaixo do Pinheiro e à margem da Lagoa Mundaú; e no bairro do Bebedouro vizinho aos outros dois. Em junho de 2019, moradores do bairro do Bom Parto (vizinho ao Mutange, também à margem da lagoa) relataram danos graves em imóveis.
Em 2019 a Agência Nacional de Mineração (ANM), veio a Maceió para fazer o acompanhamento de perto, que durou cerca de 5 horas. Em 4 de novembro de 2021, a companhia conseguiu ainda da Justiça uma liminar que impediu moradores de protestar em frente a sua unidade na capital alagoana.
