Política
“Aquilo é uma bomba relógio", diz Cabo Bebeto após visita ao Hospital Geral do Estado (HGE)
Discussão sobre o hospital aconteceu durante a sessão ordinária dessa terça-feira (28)

A situação precária da saúde pública do Estado já é assunto recorrente no plenário, sobretudo no que diz respeito ao deficitário atendimento prestado pelo Hospital Geral do Estado (HGE), que voltou a ser assunto durante a sessão ordinária dessa terça-feira (28).
O deputado Cabo Bebeto (PTC) foi quem iniciou o assunto, relatando a visita feita ao HGE, juntamente com os deputados Davi Maia (DEM) e Dudu Ronalsa (PSDB), na noite do último dia 24. Bebeto contou que a falta de estrutura chamou atenção: várias pessoas nos corredores, acompanhantes sentados em cadeiras quebradas, banheiros divididos por homens e mulheres, ar condicionados sem funcionamento e fiação elétrica exposta.
“Aquilo é uma bomba relógio. Eu queria que o Corpo de Bombeiros fiscalizasse o HGE da mesma forma que fiscaliza as empresas privadas no Estado. Certamente seria fechado ou o secretário de Saúde (Alexandre Ayres) e o Governo do Estado seriam notificados para resolver o problema”, assegurou o parlamentar.
O deputado prosseguiu dizendo que reconhece o trabalho do Governo com a construção de novos hospitais, mas, segundo ele, são obras subutilizadas.
“Infelizmente, são obras que vieram para embelezar a Saúde, na prática não têm servido da forma que deveria ao alagoano”, criticou Bebeto.
O deputado Davi Maia continuou com as críticas, apontando que a visita serviu para constatar que as pessoas que buscam socorro no HGE passam por uma situação difícil. “Uma situação, no mínimo, de desprezo. Um verdadeiro cenário de guerra”, disse, criticando as propagandas do Governo, onde se afirma ter resolvido o problema da saúde em Alagoas.
O próximo foi o deputado Dudu Ronalsa, que também participou da inspeção e se mostrou indignado com as cenas degradantes.“Uma situação que sabemos que acontece há muito tempo. O secretário, depois que construiu os hospitais, não os colocou para funcionar”, cobrou Ronalsa.
Francisco Tenório (PMN) saiu em defesa do governo e disse que alguns problemas, como a superlotação do hospital, se dão devido a má prestação dos serviços de atenção básica da saúde.
“O HGE é para atender traumas acidentais, como também o AVC e outras questões de alta complexidade. No entanto, é lotado de problemas pequenos, que muitas vezes poderiam ter atendimento na unidade básica de saúde”, observou.
Na mesma linha, o deputado Ronaldo Medeiros (MDB) disse que Maceió presta um desserviço à população. “A atenção básica do município é muito ruim. E sobra pra quem? Imagine o que não seria, nessa pandemia, se Alagoas não estivesse com essa rede hospitalar construída?”, questionou Medeiros, que acrescentou que apesar dos avanços é preciso melhorar o atendimento à saúde dos alagoanos e que o Governo, a partir de novembro, vai retomar os atendimentos para todas as comorbidades, tanto na capital quanto no interior.
Já o deputado Silvio Camelo (PV), destacou que a discussão em torno da saúde pública é importante, mas a sua fiscalização também é.
“O que vemos no HGE é o efeito do que não acontece nos municípios. Recentemente uma emissora de TV denunciou a existência de apenas um médico para atender toda a demanda”,criticou Camelo, apontando que isso reflete diretamente na superlotação do HGE. Ele prosseguiu dizendo que o Governo continua investindo em novos equipamentos, novos leitos e realizando um mutirão de cirurgias.
