Polícia

Delegado contratou pistoleiro para matar juiz em Alagoas

Autor do crime teria matado advogado por engano, segundo a Polícia Federal, o alvo era o juíz Marcelo Tadeu

Por Redação com Com informações do Repórter Nordeste 08/04/2021 17h05
Delegado contratou pistoleiro para matar juiz em Alagoas
Delegado-geral da Polícia Civil de Alagoas, Paulo Cerqueira

A Polícia Federal indiciou o delegado geral da Polícia Civil de Alagoas, Paulo Cerqueira, como autor intelectual na morte do advogado Nudson Harley no bairro de Mangabeiras (Maceió), em 2009, assassinado por engano. Segundo a PF, quem deveria morrer era o juiz Marcelo Tadeu, hoje aposentado.

Segundo apontam as investigações, Antônio Wendel Guarnieri, um dos autores materiais do crime, afirmou que Paulo Cerqueira o contratou para executar o juiz Tadeu. A negociação foi intermediada pelo policial militar Natan Simão.

As investigações dizem que a versão de Antônio Wendel é corroborada por outros indícios contidos nos autos.

A Polícia Civil alagoana nunca considerou a hipótese de que o advogado foi morto no lugar do juiz. O inquérito, aliás, foi presidido por Paulo Cerqueira, que avocou (chamar) as investigações para ele mesmo, sem motivos claros.

Diz a PF que, após avocar o inquérito, Paulo Cerqueira passou a desvirtuar as investigações, de propósito.

Os federais apuraram que Paulo Cerqueira pagou as despesas de Wendel Guarnieri com recursos próprios. Inclusive hospedagem, uma semana antes do crime, além de fornecer ao pistoleiro um telefone celular.

A arma usada no crime era de uso exclusivo da polícia alagoana.

Wendel era alvo de interceptação telefônica pela DEIC. As escutas começaram em junho de 2009, quando Wendel foi desligado do Programa de Proteção a Testemunhas, o Provita.

Paulo Cerqueira era chefe da DEIC e os agentes que monitoravam Wendel eram subordinados ao hoje delegado geral da PC.

Coletiva

O juiz aposentado Marcelo Tadeu irá conceder uma coletiva à imprensa às 11h de amanhã, sexta-feira (9) para falar sobre o indiciamento, pela Polícia Federal de Alagoas (PF-AL), do delegado-geral da Polícia Civil, Paulo Cerqueira.

A coletiva de Marcelo Tadeu acontece no empresarial Delmann, no bairro da Pajuçara, em Maceió. Na nota enviada aos jornalistas nesta quinta-feira (8) o juiz aposentado disse que irá se manifestar sobre “os fatos criminosos” dos quais é vítima.