Polícia
Tabletes de maconha com etiqueta de Salmo 91 são apreendidos no Agreste de Alagoas
Polícia apreendeu 900 tabletes com cerca de 500 kg de entorpecente

Uma operação da Polícia Fazendária resultou na apreensão de cerca de 900 tabletes de maconha, nesta terça-feira (23), no município de São Sebastião, interior de Alagoas. A droga estava distribuída em 22 caixas dentro de uma van e chamou atenção por um detalhe incomum: cada tablete trazia uma etiqueta com a inscrição “Salmo 91”, trecho bíblico que fala sobre proteção divina contra perigos e armadilhas.
A mensagem destacada nas embalagens dizia: “Mil cairão ao teu lado, e dez mil à tua direita, mas tu não serás atingido”, o que intrigou os agentes envolvidos na operação. A abordagem aconteceu durante uma fiscalização de rotina, quando os policiais sentiram o cheiro da droga e encontraram os pacotes escondidos no veículo.
Não há registro de prisões relacionadas à apreensão, considerada uma das maiores dos últimos meses na região.
Segundo a Secretaria de Segurança Pública (SSP), o veículo transportava medicamentos, equipamentos elétricos usados em sistemas de distribuição de energia e cerca de 500 quilos de drogas.
A carga havia sido emitida em São Paulo com destino a Bahia, mas os auditores fiscais identificaram que o veículo circulava em rota divergente, seguindo para Maceió. A inconsistência levantou suspeitas de fraude fiscal, resultando na emissão de um Termo de Averiguação estimado em R$ 50 mil.
Participaram da ação policiais militares da Companhia de Polícia Militar Independente Fazendária (CPM/I-Faz) com o apoio da Polícia Rodoviária Federal (PRF).
Uso de símbolos religiosos
O uso de símbolos religiosos em embalagens de drogas não é inédito. Casos semelhantes já foram registrados em estados como Rio de Janeiro, Fortaleza e Salvador.
Em algumas dessas situações, grupos criminosos como o Terceiro Comando Puro (TCP) utilizam referências bíblicas e judaicas como forma de identidade e justificativa espiritual para suas ações. No Rio, por exemplo, traficantes se autodenominam “Tropa de Aarão” e se veem como “soldados de Jesus”.
Especialistas apontam que essa estratégia pode servir para fortalecer a lealdade interna dos grupos e criar uma narrativa de proteção divina associada ao tráfico.
