Polícia

Defesa abandona júri e julgamento de PM que matou e estuprou mulher é cancelado

Julgamento estava sendo realizado no Fórum do Barro Duro, na capital; juíz aplicou multa de 20 salários mínimos ao advogado de defesa

Por Shelton Melo* 13/07/2023 15h03 - Atualizado em 13/07/2023 18h06
Defesa abandona júri e julgamento de PM que matou e estuprou mulher  é cancelado
Júri do caso Maria Aparecida não concluído aconteceu no Fórum de Bairro Duro de Maceió - Foto: Assessoria MP/AL

A defesa do ex-policial militar Josevildo Valentim dos Santos Júnior, que matou e estuprou Maria Aparecida Rodrigues Pereira, e tentou assassinar o namorado dela, Agnísio dos Santos Souto, em 2019, no Pontal da Barra, abandonou o júri durante julgamento do caso nesta quinta-feira (13).

O caso, levado à júri popular pela 7ª Vara Criminal de Maceió, estava sendo conduzido pelo Juíz Yulli Roten. A sessão estava marcada para ser realizada no Fórum do Bairro Duro, em Maceió, como noticiou o Jornal de Alagoas.

Após a defesa deixar o plenário, o Ministério Publico de Alagoas (MPAL), suspendeu a sessão e o promotor do caso, Frederico Monteiro, exigiu a aplicação de multa. O pedido foi atacado pelo juiz, que definiu multa ao advogado defesa de 20 salários mínimos, totalizando R$ 26.040. 

Além disso, o MPAL disse que a conduta do advogado será encaminhada ao Tribunal de Ética da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB).

Relembre o caso

O crime ocorreu no dia 15 de outubro de 2019, numa mata localizada atrás da empresa Braskem, no bairro Pontal da Barra.

Aparecida e Agnísio estavam na porta de casa, na Ponta Grossa, quando foram abordados por Josevildo, que trafegava pela região com seu veículo.

Policial militar à época, Josevildo se aproximou do casal e os rendeu utilizando uma arma de fogo. Rendidos, Agnísio foi colocado na mala do veículo, enquanto Aparecida foi colocada no banco do passageiro.

Após saírem o veículo, ameaçados, ela foi estuprada, depois, levou dois tiros e morreu no local. Agnísio também foi alvejado, ficou com a nunca ferida, mas se fingiu de morto e conseguiu sobreviver.

A Polícia Civil chegou ao réu após denúncia anônima. Encontrado, posteriormente, com as sandálias usadas por Aparecida no dia do crime, além da arma de fogo, Josevildo confessou ter cometido o crime.

*Estagiário sob supervisão