Polícia

Investigado pela PF, pai de vereador de Maceió repassou R$ 550 mil a empresa que fez casa de assessor de Lira

Polícia investiga se há relação entre repasse e desvios em contratos

Por redação com Folha de São Paulo 04/06/2023 16h04 - Atualizado em 04/06/2023 17h05
Investigado pela PF, pai de vereador de Maceió repassou R$ 550 mil a empresa que fez casa de assessor de Lira
Arthur Lira (PP-AL), de camisa branca, à direita na mesa, e aliados, como o vereador João Catunda (à direita de Lira) e o pai, Edmundo Catunda (primeiro à esquerda), dono da empresa Megalic - Foto: Reprodução

A investigação da Polícia Federal sobre supostos desvios em contratos para compra de kit de robótica com dinheiro federal descobriu que o empresário Edmundo Catunda repassou R$ 550 mil à empresa que construiu a casa em que mora Luciano Cavalcante, ex-assessor de Arthur Lira.

Catunda é pai do vereador de Maceió, João Catunda (PP), e aliado do presidente da Câmara, Arthur Lira (PL-AL), e um dos sócios da Megalic, empresa que ganhou os contratos do kit de robótica sob suspeita de desvios de dinheiro público.

Cavalcante é o principal auxiliar de Lira, atualmente lotado na Liderança do PP na Câmara, e é conhecido em Brasília como uma das pessoas de maior confiança do político, que o acompanha em agendas diversas e viagens. A esposa dele, Glaucia, também já trabalhou para o deputado.

Os dois, Catunda e Cavalcante, foram alvos na última quinta (1º) da operação Hefesto, que investiga os crimes de fraude em licitação e lavagem de dinheiro nos contratos de kit de robótica custeados com recursos do FNDE (Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação).

Informações em posse da PF mostram que Catunda repassou R$ 550 mil para a Construtora EMG, que ergueu o condomínio onde está localizada a casa de Cavalcante.

Os dados levantados mostram, inclusive, que a conta de energia elétrica da casa ainda está em nome da EMG.

Os pagamentos recebidos pela construtora foram entre abril e outubro de 2020, período em que eram realizados certames para contratação de kits de robótica.

Os fatos, de acordo com a PF, ainda são investigados para apurar se há relação entre os repasses do sócio da Megalic para a EMG com os desvios nos contratos.