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Brasil inicia projeto de microrreator nuclear e amplia investimentos em tecnologia energética

Unidade crítica será instalada no Rio de Janeiro e pode beneficiar pequenas cidades e regiões remotas

Por Redação* 22/12/2025 11h11
Brasil inicia projeto de microrreator nuclear e amplia investimentos em tecnologia energética
Brasil avança no setor nuclear com projeto de microrreator no Rio de Janeiro - Foto: AP Photo / Leo Correa

O Brasil deu um passo relevante no desenvolvimento do setor nuclear ao iniciar, no último 15 de dezembro, o projeto de construção da primeira unidade crítica para um microrreator nuclear no país. A iniciativa inédita será implantada no Rio de Janeiro e marca um avanço estratégico na área de ciência, tecnologia e inovação energética.

O empreendimento reúne 13 parceiros institucionais e conta com investimento total de R$ 50 milhões, dos quais R$ 30 milhões são financiados pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), por meio da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep). A unidade será instalada no Instituto de Engenharia Nuclear, vinculado à Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN), e aguarda licenciamento para o início das obras.

A expectativa é que o primeiro microrreator esteja apto a operar no país até 2033. O sistema funcionará em potência extremamente baixa, em torno de 100 watts, suficiente para manter uma reação nuclear em cadeia de forma segura e controlada, com fins de pesquisa, testes e desenvolvimento tecnológico.

A tecnologia tem potencial para fornecer energia elétrica a pequenas cidades, além de atender demandas de data centers, plataformas de petróleo offshore e bases militares. O projeto também prevê aplicações industriais em setores como metalurgia, indústria química, alimentícia, têxtil e de produtos minerais não metálicos.

A proposta é que, futuramente, os microrreatores desenvolvidos possam ser utilizados na geração de eletridade em municípios com menos de 20 mil habitantes. Estimativas indicam que cerca de 68% das cidades brasileiras possuem potencial para esse tipo de fornecimento, o que poderia beneficiar aproximadamente 30 milhões de pessoas.

Outro diferencial da tecnologia é o tamanho reduzido dos equipamentos, o que permite o transporte para áreas remotas, incluindo comunidades ribeirinhas e regiões de floresta de difícil acesso, ampliando o alcance do fornecimento energético.

Para o secretário de Ciência e Tecnologia para o Desenvolvimento Social do MCTI, Inácio Arruda, o projeto simboliza o fortalecimento da política científica nacional. “Ao liderar o Conselho Nacional de Ciência e Tecnologia, o presidente da República reafirma a confiança na ciência como instrumento capaz de trazer enormes benefícios ao país, especialmente no setor energético”, afirmou.

*Com informações do Sputnik Brasil