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Brasil tem menor nível de pobreza e desigualdade e maior renda em 30 anos

Redução da desigualdade e da extrema pobreza nesse período foi impulsionada pelo mercado de trabalho aquecido e a expansão das transferências assistenciais

Por Sputnik Brasil 25/11/2025 19h07
Brasil tem menor nível de pobreza e desigualdade e maior renda em 30 anos
Segundo o estudo, a redução da desigualdade e da extrema pobreza nesse período foi impulsionada pelo mercado de trabalho aquecido e a expansão das transferências assistenciais - Foto: © Foto / Tânia Rêgo/Agência Brasil

A população brasileira teve, em 2024, a maior renda e experimentou uma realidade de menor desigualdade social e pobreza dos últimos 30 anos, de acordo com estudo divulgado pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), nesta terça-feira (25).

Em toda a série histórica de pesquisas domiciliares, iniciada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em 1995, o ano passado teve todos os indicadores com os melhores patamares já registrados.

A pesquisa aponta que desde 1995, a renda domiciliar per capita cresceu cerca de 70%, a desigualdade, medida pelo índice de Gini, caiu quase 18% e a extrema pobreza despencou de 25% para menos de 5% da população.

O Brasil enfrentou um período de crises entre 2014 e 2021, marcado por recessão, lenta recuperação e forte impacto da pandemia, e a renda per capita chegou ao nível mais baixo em uma década. Já entre 2021 e 2024, a renda média real cresceu mais de 25%.

Segundo o estudo, a redução da desigualdade e da extrema pobreza nesse período foi impulsionada pelo mercado de trabalho aquecido e a expansão das transferências assistenciais por programas sociais, como Bolsa Família e Benefício de Prestação Continuada.

Apesar desse impacto, segundo o estudo, o efeito dinâmico das transferências diminuiu no biênio 2023–2024, refletindo o fim do ciclo recente de expansão. Ainda assim, o mercado de trabalho manteve forte influência sobre a melhora dos indicadores, respondendo pela maior parte da redução adicional da pobreza e da desigualdade nesse período.

Apesar do avanço, 4,8% da população ainda vivia abaixo da linha de extrema pobreza (US$ 3 por dia, cerca de R$ 16), e 26,8% estava abaixo da linha de pobreza (de US$ 8,30 por dia, cerca de R$ 46).