Com números que seguem preocupantes, Alagoas ainda enfrenta altos índices de violência contra mulheres. Dados da Pesquisa Nacional de Violência contra a Mulher mostram que 27% das alagoanas já sofreram algum tipo de violência doméstica ou familiar praticada por um homem — e, desse total, 28% relataram agressões apenas nos últimos 12 meses.

Diante desse cenário, Arapiraca realiza neste domingo (30) a 4ª Caminhada pelo Fim da Violência contra Mulheres e Meninas. A ação é promovida pelo Grupo Mulheres do Brasil e recebe apoio do Sindilojas Arapiraca. A concentração começa às 15h, no Bosque das Arapiracas, reunindo atividades como rodas de conversa, falas de lideranças femininas, apresentações culturais, distribuição de materiais informativos e a tradicional passeata.

Entre 2020 e 2024, Alagoas registrou 371 mulheres assassinadas, das quais 131 foram classificadas como vítimas de feminicídio. Embora o período tenha apontado redução nas taxas de homicídios femininos — de 5,4 para 4,1 por mil — e de feminicídios — de 2,1 para 1,3 por mil — houve aumento de 24% nos pedidos de medidas protetivas, segundo dados da Polícia Civil.

“Esta mobilização é fundamental para denunciar uma realidade que, apesar de antiga, segue presente em nossas casas, ruas e instituições. Toda forma de violência contra mulheres e meninas, seja física, psicológica, moral, sexual ou econômica, representa um ataque à dignidade, à liberdade e à igualdade. A caminhada é um ato coletivo de visibilidade e é também uma forma de solidariedade, de dizer a todas as vítimas que elas não estão sozinhas”, afirma Aparecida Brandão, representante do Grupo Mulheres do Brasil em Arapiraca e organizadora da ação.

A caminhada integra um movimento internacional realizado simultaneamente em diversas cidades do país e do mundo, dentro da agenda dos 16 Dias de Ativismo da Organização das Nações Unidas (ONU).

“Toda a sociedade precisa lutar por um futuro mais seguro para mulheres e meninas. Como instituição, o Sindilojas apoia ativamente a iniciativa. A violência contra mulheres e meninas não é uma situação privada, é uma questão social que precisa do apoio de todos”, declarou Wilton Malta, presidente do Sindilojas Arapiraca.

A mobilização também conta com o apoio da Nova Aldisa, Nova Aradisa e do vereador Léo Saturnino.

*Com informações da Assessoria