Municípios
Entidade divulga nota com denúncias sobre atividade de mineradora em Craíbas
Documento foi feito e divulgado pelo Movimento pela Soberania Popular na Mineração (MAM); mineradora informou que horários de detonações foram alinhados com as comunidades

O Movimento pela Soberania Popular na Mineração (MAM) divulgou uma nota com denúncias sobre as atividades realizadas pela Mineração Vale Verde (MVV) em Craíbas, município do Agreste de Alagoas.
Na nota, que foi publicada na última quarta-feira (10), a entidade relaciona o tremor sentido recentemente em Arapiraca às detonações feitas pela mineradora, dando a entender que o fenômeno foi provocado por uma nova detonação feita pela empresa.
Segundo o movimento, a mineradora realizou nova detonação "em desacordo com o compromisso firmado com a população de Craíbas."
"Além dessas práticas arbitrárias, a MVV tem intensificado atividades noturnas com seu maquinário durante a madrugada, afetando gravemente a qualidade de vida da população do entorno da mina. As comunidades já convivem com danos à saúde provocados pela poeira, vibrações e ruídos constantes, rachaduras e destruição de casas em consequência das explosões, morte prematura de animais e a contaminação do Riacho Salgado e do Rio Traipu, que são afluentes da bacia do São Francisco, com metais pesados", escreveu a entidade.
Para o MAM, as atividades da empresa representam flagrante violação de direitos fundamentais das comunidades, desrespeitando a legislação ambiental brasileira.
"O MAM reafirma sua posição em defesa da vida, do território e da soberania popular sobre a mineração, e exige a suspensão imediata das práticas abusivas e a responsabilização da empresa pelos danos sociais, ambientais e de saúde já causados", concluiu.
Os integrantes da entidade também contaram que vão levar o caso ao Ministério Público de Alagoas.
Por meio de nota, a Mineração Vale Verde (MVV) informou que as detonações ocorrem conforme o alinhado com a comunidade, prioritariamente entre 12h e 13h, duas vezes na semana, e que está em diálogo contínuo com as comunidades.
Confira abaixo a nota da MVV:
A Mineração Vale Verde informa que os desmontes controlados de rocha ocorrem conforme alinhado com a comunidade, prioritariamente entre 12h e 13h. Apesar de ter licença para realizar os desmontes todos os dias da semana, a MVV estabeleceu um acordo com a comunidade para efetuar desmontes duas vezes na semana de forma a minimizar impactos à população vizinha.
Dias e horários dos desmontes podem ser ajustados conforme necessidade, previamente comunicada com a comunidade via grupo de mensagens instantâneas, estabelecido pela MVV com membros da comunidade. Neste grupo, é feita a comunicação prévia a todos os desmontes, mesmo que não tenham mudança nos dias e horários preestabelecidos.
Em relação ao ruído ambiental, a empresa monitora constantemente pontos próximos às comunidades, conforme definido em suas condicionantes ambientais. Os dados de monitoramento são devidamente submetidos e avaliados pelos órgãos competentes e a MVV atua dentro dos limites estabelecidos por lei.
De qualquer forma, a companhia reforça que mantém diálogo contínuo com a comunidade e que todos os meses, dentro da mineradora, acontece o encontro do Comitê Social Participativo de Mineração (CSPM), com representantes do poder público e das comunidades vizinhas da Área de Influência Direta (AID) da MVV, a fim de ouvir os anseios e dialogar para a tomada de decisões que beneficiem as partes interessadas.
A MVV reitera que busca sempre atuar de maneira conjunta e proativa de modo a minimizar impactos à população local.
Nota do Movimento pela Soberania:
O Movimento pela Soberania Popular na Mineração (MAM) denuncia à sociedade e às autoridades competentes que a Mineração Vale Verde (MVV) vem realizando detonações fora dos dias previamente acordados com as comunidades atingidas, que eram terças e quintas-feiras, sempre ao meio-dia. Na quarta-feira, 10 de setembro de 2025, foi registrado pelo Labsis/UFRN um evento sísmico de magnitude 1.7 mR, confirmando que a mineradora realizou nova detonação em desacordo com o compromisso firmado com a população de Craíbas (AL).
Além dessas práticas arbitrárias, a MVV tem intensificado atividades noturnas com seu maquinário durante a madrugada, afetando gravemente a qualidade de vida da população do entorno da mina. As comunidades já convivem com danos à saúde provocados pela poeira, vibrações e ruídos constantes, rachaduras e destruição de casas em consequência das explosões, morte prematura de animais e a contaminação do Riacho Salgado e do Rio Traipu, que são afluentes da bacia do São Francisco, com metais pesados. Essas práticas representam flagrante violação de direitos fundamentais das comunidades, desrespeitando a legislação ambiental brasileira, que impõe ao minerador o dever de garantir a segurança, a saúde e o bem-estar das populações afetadas (Decreto nº 9.406/2018, alterado pelo Decreto nº 11.197/2022).
O MAM reafirma sua posição em defesa da vida, do território e da soberania popular sobre a mineração, e exige a suspensão imediata das práticas abusivas e a responsabilização da empresa pelos danos sociais, ambientais e de saúde já causado.
