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Mais de 2,6 mil ligações clandestinas de água foram detectadas no Sertão de Alagoas este ano

As fraudes detectadas em sete meses representam prejuízo significativo e a estimativa é de que cerca de 40 milhões de litros por mês estejam sendo economizados após a correção dessas irregularidades

Por Ascom Segov 22/07/2025 12h12
Mais de 2,6 mil ligações clandestinas de água foram detectadas no Sertão de Alagoas este ano
As fraudes detectadas em sete meses representam prejuízo significativo - Foto: Ascom Segov

Entre janeiro e julho de 2025, equipes da concessionária Conasa Águas do Sertão, em parceria com o Governo de Alagoas, intensificaram as ações contra ligações irregulares de água e os números revelam a dimensão do problema. Mais de 28 mil fiscalizações foram realizadas nas 34 cidades atendidas pela empresa e resultaram na identificação de 2.600 fraudes, popularmente conhecidas como “gatos”, que comprometiam o abastecimento da população no Sertão alagoano.

Entre os casos que chamam atenção, está São Miguel dos Campos. No loteamento Rui Palmeira, foram descobertas fraudes em três residências de valor elevado, onde os proprietários burlaram o sistema de medição.

Já em Dois Riachos, o caso foi ainda mais grave: um imóvel com ligação clandestina possuía cisterna e comercializava água ilegalmente no município. O estabelecimento mantinha desvio ativo e abastecia terceiros, configurando não apenas furto, mas também atividade comercial irregular que prejudicava o sistema público e a concorrência.

“A água é um bem público, e fraudes como essas prejudicam o abastecimento e penalizam a todos. A legislação brasileira considera o desvio um crime, com penas de 1 a 4 anos de reclusão”, explica Heron Lima, engenheiro e gerente de eficiência operacional da Conasa Águas do Sertão.

Impacto no abastecimento público

As fraudes detectadas em sete meses representam prejuízo significativo e a estimativa é de que cerca de 40 milhões de litros por mês estejam sendo economizados após a correção dessas irregularidades, volume suficiente para abastecer mais de 2.600 famílias mensalmente. Cada ligação clandestina compromete a pressão da rede e consome água de forma oculta, prejudicando famílias que pagam corretamente e dependem de fornecimento estável.

A situação se agrava considerando o clima da região, onde a escassez hídrica é constante e a gestão eficiente dos recursos é fundamental.

“Todos os moradores são prejudicados pelas ligações clandestinas. Além disso, quem tem ‘gato’ não se preocupa em consumir conscientemente para evitar desperdício”, destaca o diretor da Conasa Águas do Sertão, Hércules Neto.

Paralelamente às fiscalizações intensivas, a Conasa Águas do Sertão mantém uma campanha permanente de autodenúncia que permite regularizar ligações clandestinas sem multa. A iniciativa busca conscientizar sobre a importância do uso correto dos serviços e oferece oportunidade de correção voluntária sem penalidades.

A campanha representa abordagem educativa e preventiva, reconhecendo que muitas irregularidades podem ter origem no desconhecimento das normas ou em situações herdadas.

Os clientes com ligações clandestinas podem entrar em contato pelo 0800 000 2122, disponível também via WhatsApp, ou pelo aplicativo da empresa para Android e iOS. O atendimento aceita denúncias anônimas, fortalecendo a colaboração comunitária no combate às fraudes.

Perspectivas para o segundo semestre

Com os números expressivos do primeiro semestre de 2025, a Conasa planeja intensificar as fiscalizações no segundo semestre, ampliando a cobertura das inspeções e aprimorando os métodos de detecção. A empresa reforça que a colaboração da população é fundamental para identificar e combater essas práticas ilegais.

Para o secretário de Governo de Alagoas, Vitor Pereira, o combate às ligações clandestinas é uma prioridade do Governo de Alagoas, pois impacta diretamente a qualidade e a disponibilidade da água para toda a população. “Por meio do programa Mais Água Alagoas, não só monitoramos de perto os trabalhos das concessionárias para garantir a eficiência e a equidade na distribuição, mas também investimos o orçamento público quando necessário para modernizar a infraestrutura e coibir essas práticas ilegais. Acreditamos que, com a colaboração de todos, podemos assegurar a universalização do saneamento para os alagoanos”, finaliza o secretário.