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Eloá Pimentel: com depoimento do pai e ausência da amiga Nayara, o sequestro que chocou o Brasil ganha documentário
“Refém ao Vivo” reúne depoimentos inéditos e reconstituições do crime transmitido pela TV em 2008
Caso Eloá: Refém ao Vivo relembra o chocante sequestro de Eloá Pimentel pelo ex-namorado Lindemberg Alves, de 22 anos, iniciado em 13 de outubro de 2008. Por não aceitar o fim do relacionamento, o jovem manteve a ex-namorada em cárcere privado, sob a mira de uma arma, por mais de cem horas. O sequestro só chegou ao fim após a polícia invadir o local, mas custou a vida de Eloá.
O crime chocou o país ao ser transmitido ao vivo por emissoras de TV, que exibiram as negociações entre Lindemberg e a polícia, culminando em um desfecho trágico. Após quatro dias de tensão, Eloá foi baleada pelo sequestrador. Ela chegou a ser socorrida, mas não resistiu aos ferimentos e teve morte cerebral.
O documentário traz reconstituições do crime; depoimentos de amigos e familiares, como o irmão de Eloá, Douglas, e a amiga, Grazieli Oliveira, que falam pela primeira vez sobre o ocorrido; relatos de jornalistas e autoridades que acompanharam o caso; e trechos nunca antes divulgados do diário da adolescente.
Muitos expectadores sentiram falta de uma das figuras mais lembradas do caso não aparece no documentário: Nayara, amiga de Eloá que também foi mantida refém por Lindemberg Alves.
Em entrevista ao Metrópoles, a diretora Cris Ghattas e a produtora Veronica Stumpf explicaram o motivo da ausência de Nayara. Segundo elas, revisitar o episódio ainda é algo muito doloroso para a jovem.
“Nós convidamos e procuramos todas as pessoas que estiveram [envolvidas no caso], mas a Nayara preferiu não participar”, afirmou Cris. “Acredito que ela ainda carrega uma ferida. Esse assunto continua muito sensível para ela, e nós respeitamos”, completou.
Além disso, o documentário traz o depoimento de Everaldo Pereira dos Santos, pai de Eloá. Everaldo é ex-foragido e matador de aluguel famoso em Alagoas. O pai de Eloá fazia parte do grupo de extermínio Gangue Fardada, que atuou na década de 90 no estado.
Em 1991, Everaldo estava foragido da polícia alagoana quando foi condenado a 33 anos em regime fechado pelo assassinato do delegado da Polícia Civil de Alagoas Ricardo Lessa e do motorista dele.Everaldo fugiu para São Paulo e adotou o nome de Aldo José da Silva. Ele passou 15 anos foragido, mas o assassinato de sua filha, que contou com repercussão nacional e grande cobertura midiática, foi responsável pela sua captura.
Com direção de Cris Ghattas, que trabalhou nos documentários O Caso Celso Daniel (2022) e Isabella: O Caso Nardoni (2023), Caso Eloá: Refém ao Vivo está disponível na Netflix. Assista ao trailer da novidade a seguir:


