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Acusado que matou sogra e pôs corpo em geladeira é condenado a mais de 31 anos de prisão
Pai do réu, que foi preso por ser cúmplice no crime, foi absolvido

O réu Leandro dos Santos Araújo, que matou a própria sogra em Maceió, foi condenado a 31 anos, cinco meses e cinco dias de prisão em regime fechado. O pai do réu, que foi preso por ser cúmplice no crime, foi absolvido. As informações foram divulgadas nesta segunda-feira (20), após o julgamento e a leitura da setença.
Segundo o conselho de sentença, o pai do acusado foi absolvido porque ele, como pai, apenas quis ajudar e proteger o filho.
Julgamento durou o dia todo, com a presença da delegada responsável pelo caso, testemunhas e familiares da vítima Flávia dos Santos Carneiro, de 43 anos.
Durante a sessão, o réu explicou a situação, desde o ínicio da relação que ele tinha com a filha da vítima até os últimos acontecimentos referente ao crime. Ele também chegou a dizer que utilizou uma faca de partir carne para se defender, já que a vítima tinha brigado com ele e o furado com uma arma branca.
O crime ocorreu em março de 2024. O acusado contou que, no dia do crime, tinha saído do trabalho e foi pegar a namorada na escola para irem à casa da vítima. Ao ver o réu na cozinha, Flávia começou a xingar e reforçou o aviso de que se o encontrasse novamente lá, "metia bala e enfiava a faca".
Flávia pediu para ele sair da casa, mas a filha dela, de 13 anos, disse que ele não ia e foram para o sofá da sala. Segundo o depoimento do réu, em um determinado momento ele e a namorada se abraçaram e a vítima viu ocorrido, fazendo com que a vítima pegasse uma faca para matá-lo.
Flávia, então, furou o pé dele e ele reagiu dando um mata leão na vítima. Quando a faca caiu, a filha da vítima pegou o objeto e deu a ele, que ficou agoniado ao ver Flávia gritar e a esfaqueou.
Questionado pelo juiz sobre como ele sabia o que era mata leão, ele respondeu que assistia luta e sabia que o golpe fazia a pessoa desmaiar.
Depois de ter matado a ex-sogra, o acusado relatou que ficou correndo pela casa sem saber o que fazer, enquanto a adolescente ficava pedindo calma e dizendo que ele ia ser preso. Ele também disse que a ideia de limpar a casa foi da filha da vítima.
O réu alegou que a ex-sogra tinha raiva, não aceitava o relacionamento, porque teria interesse nele e tinha ciúmes.
Um corpo na geladeira
Leandro contou que matou a ex-sogra por volta das 18h. Logo depois, o pai dele tirou os gradeados da geladeira para acomodar o corpo, que foi amarrado no dia do crime. No dia seguinte, o corpo da vítima foi colocado dentro da geladeira, sendo jogada fora.
O corpo permaneceu na geladeira por quatro dias antes de Ademir ajudar o filho a descartar o aparelho em uma área de mata em Guaxuma.
A investigação revelou que Flávia tentou se defender, mas não resistiu às 20 facadas, sendo a maioria no pescoço, conforme laudo do Instituto Médico Legal.
Leandro foi preso em 5 de março por agentes do 6º Distrito da Capital (6º DP) e da Operação Policial Litorânea Integrada (Oplit).
A filha da vítima foi apreendida como participação na ocultação do cadáver e cumpre medida socioeducativa.
