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Braskem encerra produção em Maceió, mas fábrica tóxica seguirá ativa
Com o fim da exploração de sal-gema, a fábrica será reaproveitada como centro de armazenamento de dicloretano importado

A Braskem anunciou o fim da produção de cloro e soda em Alagoas, encerrando oficialmente as atividades da planta localizada em Maceió. No entanto, isso não significa que a capital alagoana se verá livre da estrutura instalada no Pontal da Barra — símbolo da maior tragédia ambiental da história do estado.
Com o fim da exploração de sal-gema, o espaço será reaproveitado como centro de armazenamento de dicloretano importado, substância que abastecerá o Polo Petroquímico de Marechal Deodoro.
Área contaminada levará uma década para ser recuperada
Mesmo com o desmonte da planta e possível venda da estrutura como sucata, o solo da região do Pontal continuará impróprio para ocupação humana. A estimativa é que o processo de descontaminação leve ao menos 10 anos. Trata-se de um legado tóxico que recairá sobre as próximas gerações, fruto da negligência dos órgãos responsáveis pela fiscalização ambiental.
Além disso, a Braskem evita comentar a situação dos cerca de 300 trabalhadores diretamente ligados à planta do Pontal, mas o clima entre os funcionários é de incerteza e apreensão. De acordo com sindicatos do setor, parte dos empregados poderá ser transferida para outras unidades da empresa no país, enquanto a maioria deve ser dispensada, aumentando o desemprego na região.
Investimento bilionário em frota própria
Paralelamente, a Braskem está investindo US$ 3 bilhões na aquisição de uma frota própria de navios mercantes, com o objetivo de fortalecer sua logística global. Os seis navios, fabricados na China, serão utilizados para importar cloro e dicloretano dos Estados Unidos e da Ásia. Dois já estão em operação e os demais seguem em construção.
*Com informações do Jornal Extra
