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Placa histórica do “Beco da Rapariga Desconhecida” é reinstalada após críticas
A placa havia sido substituída por uma nova placa com a inscrição "Beco" e nomes de empresas que funcionam no local

A placa do “Beco da Rapariga Desconhecida”, localizada no bairro histórico do Jaraguá, em Maceió, foi reinstalada nesta sexta-feira (12) após críticas de moradores e frequentadores do local. A placa havia sido substituída por uma nova placa com a inscrição "Beco" e nomes de empresas que funcionam no local.
Em vídeo publicado no Instagram, Hélvio, conhecido como “Tio Rex” destacou que a placa que existia no local era de interesse turístico. "A nova é apenas comercial, com nomes de empresas que funcionam no local.”
Ele comentou na mesma publicação sobre ter feito uma reclamação formal na secretária de turismo do município e que tinha planos de protocolar outra no Instituto de Pesquisa, Planejamento e Licenciamento Urbano e Ambiental (IPLAM).
Internautas reagiram com surpresa e indignação e apontaram a situação como uma descaracterização do espaço.
A Prefeitura de Maceió, por meio do Instituto de Pesquisa, Planejamento e Licenciamento Urbano e Ambiental (IPLAM), informou que a alteração foi resultado de um erro de produção. “Devido a um erro da gráfica, uma placa com o nome incorreto foi instalada no espaço. O órgão esclarece que uma nova placa já está em produção, com a grafia correta, e será posicionada no local em breve”, disse o instituto em nota.
Origem do nome
De acordo com crônica do escritor Carlito Lima, o “Beco da Rapariga Desconhecida” está ligado à memória boêmia do Jaraguá. No fim do século XIX, a região recebeu casarões erguidos por comerciantes e políticos em frente ao porto. Com a expansão dos trapiches e do movimento portuário, bares e casas noturnas passaram a ocupar os imóveis. Ao longo de mais de seis décadas, Jaraguá consolidou-se como zona de prostituição frequentada por autoridades, coronéis e figuras públicas.
Em 1969, uma decisão do governo estadual determinou o fechamento das boates, encerrando o ciclo da boemia no bairro. Pouco depois, parte dos casarões começou a ser demolida por projetos imobiliários, até que um movimento de artistas e arquitetos conseguiu o tombamento do conjunto histórico.
Ainda segundo Lima, anos mais tarde a Confraria do Sardinha, formada por intelectuais e antigos frequentadores, decidiu prestar homenagem às mulheres que ocuparam e, mesmo involuntariamente, preservaram os casarões. Foi então instalada uma placa na antiga Boate Alhambra, batizando o espaço como “Memorial da Rapariga Desconhecida”, nome que se incorporou à memória popular do bairro.
