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Minas se conectam e formam cratera maior do que a que colapsou em dezembro

Cavidades de números 20 e 21 agora são consideradas uma única mina conjugada, a 700 metros abaixo da superfície da lagoa Mundaú. Área está sendo monitorada por uma espécie de sonda.

Por g1 31/01/2024 18h06 - Atualizado em 31/01/2024 18h06
Minas se conectam e formam cratera maior do que a que colapsou em dezembro
Região da mina 18 da Braskem - Foto: Reprodução/CNN

Duas das 35 minas que a Braskem mantinha para extração de sal-gema em Maceió se conectaram e agora formam uma cratera sob o solo maior que a mina que colapsou em dezembro. Nesta terça-feira (30), a Defesa Civil Estadual informou que a cavidade, agora chamada de mina 20/21, está se movimentando e não descarta o risco de rompimento.

"Se um dia ela vir a ter o colapso, a gente sabe que ela chega na superfície com um tamanho menor. Da data do último exame, que foi em novembro, para esse, essas duas minas se deslocaram no sentido vertical [para cima] cinco metros. Apesar de parecer tão distante, pelo tamanho da mina, já requer um pouco mais de cuidado", afirmou o capitão Douglas Gomes, chefe da seção de desastres naturais da Defesa Civil Estadual.


Estudo de sonar mostra tamanho da mina 20/21 da Braskem em Maceió — Foto: Reprodução

Uma análise feita por meio de uma sonda introduzida no interior da mina 20/21, localizada inteiramente sob a Lagoa Mundaú, apontou que ela está a 723,78 metros abaixo da superfície, com 121 metros de altura por 96 metros de largura e volume de 340,297 m³, quase dez vezes maior que a cratera aberta na mina 18.

A mina conjugada e a mina 18 ficam muito próximas uma da outra (veja na arte ao final do texto). Tanto é que o monitoramento foi uma recomendação da Defesa Civil para avaliar o quanto o colapso de dezembro impactou nas cavidades vizinhas. A próxima mina a ser analisada por meio de sonar é a 29, também sob a lagoa.

O estudo apontou ainda que, em novembro de 2023, o topo da mina 20/21 ficava a uma profundidade de quase 730 metros. Em janeiro deste ano, essa profundidade passou a 723,78 metros, o que comprova a movimentação em direção à superfície.

Em cinco anos, desde que surgiram as primeiras rachaduras em casas e nas ruas por causa da mineração realizada na região pela Braskem, mais de 14 mil imóveis tiveram que ser evacuados em cinco bairros, afetando cerca de 60 mil pessoas.

A Defesa Civil Estadual ressalta que, mesmo que aconteça o colapso da mina 20/21, não há risco para a população da cidade porque os imóveis no entorno da área das minas já foram desocupados.