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Mina 18 da Braskem no Mutange afunda 53 cm por dia

Nas últimas 48 horas, o subsolo da região já afundou 1,10 m, a uma velocidade média de dois centímetros por hora, disse a Defesa Civil

Por Redação* 01/12/2023 10h10 - Atualizado em 03/12/2023 15h03
Mina 18 da Braskem no Mutange afunda 53 cm por dia
Mina 18 da Braskem no Mutange afunda 53 cm por dia - Foto: Gazeta de Alagoas

A Defesa Civil revelou que a mina de número 18 da Braskem, localizada no bairro do Mutange, está afundando 53 cm por dia. A informação por parte da Defesa Civil, foi dada nesta quinta-feira (30), durante reunião online com o Centro Nacional de Gerenciamento de Riscos e Desastres (Cenad).

Nas últimas 48 horas, o subsolo da região já afundou 1,10 m, a uma velocidade média de dois centímetros por hora, disse o órgão.

A Defesa Civil vem monitorando a região da cavidade 18 da Braskem com mais intensidade desde o dia 2 deste mês. Ele conta que a partir da terça-feira (21), os sismos na região tiveram um aumento significativo, migrando de 200 para 500 metros de profundidade, numa área localizada entre o antigo campo do Centro Sportivo Alagoano (CSA) e onde funcionava a Casa de Saúde Dr. José Lopes, em Bebedouro.

Em imagens aéreas do terreno onde está localizada a mina da Braskem, já é possível ver algumas fissuras no solo.

Nessa quinta-feira (30), o Governo de Alagoas emitiu Fato Relevante, alertando o mercado e as instituições nacionais sobre o que considerou preocupante agravamento dos desastres ambientais causados pela Braskem em Maceió.


"O Estado reitera a sua posição irredutível em defesa dos interesses de Alagoas, dos municípios da região metropolitana de Maceió e de cerca de 150 mil vítimas do maior crime ambiental urbano do mundo, provocado pela petroquímica, que vem sendo acompanhado pelo Grupo de Trabalho de Combate ao Crime da Braskem", diz o documento emitido.

O governo alerta que as consequências do que considera megadesastre estão longe de uma solução, como se vê com o colapso das minas de sal-gema. "O Governo de Alagoas já demonstrou a existência de um passivo em torno de R$ 30 bilhões da petroquímica, conforme estudo recém-concluído. "Qual a razão por trás deste 'esquecimento', que soa como uma manobra proposital, uma possibilidade de logro em curso lesando o estado e nossa gente?", questiona.

"Este Fato Relevante serve para mais uma vez advertir as autoridades federais competentes da nossa preocupação e firme intenção de ir às últimas consequências institucionais e legais para fazer prevalecer os direitos dos credores alagoanos, já supracitados, que sorrateiramente se tenta ignorar", continua.

O ministro do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome, Wellington Dias, informou que o presidente da República, em exercício Geraldo Alckmin, determinou várias áreas do governo para cuidar da situação em Maceió. "Trata-se de responsabilidade de uma empresa privada, mas o governo federal está dando as mãos com o governo do Estado, com município e sociedade, pra gente cuidar de quem precisa", disse.

*Com GazetaWeb